A invenção das impressoras 3D abriu uma série de possibilidades para os homens, que podem empregar a tecnologia na construção desde casas inteiras até órgãos vitais para o nosso organismo. Agora, a NASA usará peças impressas pelo sistema pela primeira vez em uma nave projetada para levar tripulantes em missões pelo espaço.
Em uma parceria entre a agência espacial norte-americana e as empresas Stratasys, Phoenix Analysis & Design e Lockheed Martin, mais de 100 componentes serão impressos para fazerem parte da Orion, nave espacial projetada para futuras missões tripuladas com destino à Lua, Marte e asteroides que vagam pelo nosso Sistema Solar.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
“Não existem requisitos de segurança mais rígidos do que os que empregamos em veículos desenvolvidos para manterem nossos astronautas sãos e salvos no espaço. Essa é uma grande demonstração de como essa tecnologia avançou e pode ser cada vez mais importante no futuro”, comentou Scott Sevcik, vice-presidente da Stratasys.
A principal preocupação dos engenheiros é com a resistência dos materiais utilizados, que devem suportar temperaturas extremas tanto para que não derretam quanto para que não congelem. Ao mesmo tempo, as peças devem resistir aos inúmeros elementos químicos presentes no espaço sem apresentar rachaduras ou liberações de gases que podem comprometer a segurança da nave.
O material escolhido foi o ANTERO 800NA, um termoplástico que, além de atender aos requisitos já citados, não acumula carga elétrica em sua superfície, sendo esse outro fator fundamental para que as missões planejadas para o futuro sejam bem-sucedidas e não sofram com interferências estáticas.
Mas, por que usar peças feitas em impressoras 3D? De acordo com Sevcik, a tecnologia permite maior liberdade na criação de componentes, principalmente em relação ao design, e ainda é financeiramente mais econômica do que outros métodos considerados tradicionais no universo da engenharia aeroespacial.
“Nós temos liberdade para criar cada parte do zero. Podemos criar peças com as formas e os pesos que desejamos, ao contrário do que acontece a partir de outras tecnologias, como as ferramentas de moldagem por injeção, que são eficientes apenas quando utilizadas em produções de grande escala”, explicou o vice-presidente da Stratasys.
A Orion já tem um voo teste não tripulado programado para dezembro de 2019, quando orbitará a Lua. Se tudo sair como previsto, a nave passará à próxima fase do programa, quando será responsável por levar astronautas para outras missões de exploração no espaço. Espera-se que, a partir de 2020, o veículo possa ser utilizado na construção de uma nova estação espacial que será administrada por Estados Unidos, União Europeia, Rússia, Japão e Canadá.
Categorias