A taiwanesa Foxconn é mais conhecida pela montagem dos iPhones e agora busca deixar de ser apenas uma “parceira da Apple” para se tornar um nome mundialmente mais relevante no mercado de tecnologia. A subsidiária Foxconn Interconnect Technology, produtora de cabos e conectores, anunciou nesta terça-feira (27) a compra da fabricante Belkin, que detém os direitos sobre os roteadores da Linksys e dos sistemas de automação doméstica Wemo.
Negociação depende de aprovação da administração Trump, que está de olho no investimento de capital estrangeiro — especialmente na tecnologia da informação
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A Belkin, sediada na Califórnia, já é bem conhecida no mercado e possui um currículo de 35 anos trabalhando com vários periféricos para computadores e acessórios para telefones, a exemplo de carregadores sem fio, docks para laptops e capas protetoras para smartphones. Ela obteve a Linksys e está à frente da Wemo desde 2013.
A transação de US$ 866 milhões, contudo, ainda não está oficializada, pois depende de aprovação do US Committee on Foreign Investment, que avalia as aquisições e investimentos de capital estrangeiro sobre solo estadunidense. Como a administração de Trump vem barrando muitas frentes semelhantes, especialmente as que lidam com redes de dados, pode ser que hajam complicações e até uma negativa.
Um “agrado” para o presidente seria o acordo de construção de uma fábrica de displays de LCD em Wisconsin, que é vista com bons olhos por Trump e pelo governador Scott Walker, já que ali seriam gastos US$ 10 bilhões em três anos — em uma planta com mais de 20 mil metros quadrados, com potencial de oferta de mais de 3 mil vagas de emprego.
Com a Belkin, a Foxconn dá mais um passo para sair da sombra da Apple e diversificar seus negócios, além os iPhones. Afinal, essa é também uma jogada de segurança, pois caso a “fonte secar” do lado da Maçã, a companhia oriental poderá explorar outras frentes nas praças ocidentais.