O déficit comercial dos Estados Unidos com a China ultrapassou a marca dos US$ 375 bilhões ano passado, o que deixou a nação americana preocupada com a dependência que seus cidadãos e empresas têm de consumir bens chineses. Mas um modelo de cálculo datado e o iPhone podem ser responsáveis por inflar esse valor, que seria bem mais baixo.
O que acontece é que o smartphone da Apple é projetado no estado americano da Califórnia, mas montado em fábricas da China. Além disso, ele utiliza componentes que vem de diversos países diferentes, como as telas OLED, que são fabricadas na Coreia, e alguns chips que vem do Japão.
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O iPhone é projetado no estado americano da Califórnia, mas montado em fábricas da China
Mas para o cálculo do déficit comercial, o que vale é o país que exporta o produto final. Como o iPhone só fica realmente pronto para uso na China, o valor dos celulares entra na conta quase que totalmente como um item chinês. De acordo com a agência Reuters, só o iPhone 7 teria sido responsável por US$ 15,7 bilhões do déficit do ano passado.
Em entrevista à agência, o especialista em economia da Ásia Louis Kuijs disse que o total do déficit com a China poderia cair em até 36% caso o cálculo fosse alterado para se adequar aos modelos de produção atuais. Parece que o caso é um bom exemplo das mudanças causadas pela globalização na indústria de tecnologia.
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