Que a Disney tem tudo para desbancar a Netflix como líder no segmento de streaming audiovisual, isso ninguém tem dúvidas, principalmente depois da aquisição da 21st Century Fox. Mas, até agora, ninguém tinha assim uma dimensão em termos de investimento. Então, o analista Steven Cahall, da firma RBC Capital Markets, fez essa projeção e destacou: a companhia do Mickey tem tudo para se tornar “indiscutivelmente, a líder mundial de conteúdo”.
Injeção de verba deve resultar em 700 novos seriados, longa-metragens, documentários e especiais de humor
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
Cahall afirma que após a aprovação do negócio com a Fox — o que inclui o serviço Hulu — a Disney deve gastar em torno de US$ 30 bilhões anualmente em suas atrações, colocando-a em uma posição privilegiada. Para termos de comparação, a Netflix deve destinar cerca de US$ 8 bilhões para seu filmes e séries novos e originais em 2018.
Presença dos filmes do Marvel Studios será importante na plataforma de streaming da Disney
“Concluímos que a Disney continua sendo uma das melhores da indústria, com uma valiosa oportunidade de se equiparar com a Netflix em termos de streaming e se beneficiar do acordo com a Fox e o Hulu”, anotou o executivo, em nota para os investidores. A injeção de verba deve resultar em nada menos que 700 novos seriados, longa-metragens, documentários e especiais de humor.
Star Wars e Marvel são peças-chave para manter engajamento
Claro que atrair mais público é fundamental para essa seara, entretanto, manter os olhinhos dos fãs grudados nas telas também é muito importante para o sucesso a médio e longo prazo. E a Disney conta com o apoio de uma estrutura que a Netflix não tem, que são os passeios, cruzeiros e parque temáticos. Somente essas fontes podem resultar em 50 milhões de assinaturas familiares para o serviço de streaming.
Outras duas grandes vantagens para a Disney são as franquias Star Wars e Marvel Studios, que, diferente de muitas do setor, conseguem agradar tanto o público infanto-juvenil quanto o adulto, na mesma proporção. Essa “carta” é tão forte no baralho da companhia que o analista nem mesmo pôde prever o quanto isso deve agregar ao montante de usuários ativos na plataforma.
Os cruzeiros, passeios e parques temáticos terão um papel muito importante no engajamento com o público
Aliás os telespectadores mais velhos estão na mira do Hulu, que provavelmente será aproveitado para “desaguar” as atrações, digamos, não tão familiares, a exemplo de seriados polêmicos ou com sugestões mais violentas ou sexuais. O Hulu já tem 17 milhões de clientes e Cahall acredita que a Disney deva destinar US$ 17 bilhões somente para essa área.
Nas contas do executivo, para cada 1 milhão de assinantes, a Netflix obtém US$ 1,3 bilhão em capital de mercado. Nessa proporção, Disney e Hulu juntas têm potencial de aumentar em 20% o preço atual das ações DIS, que atualmente estão na casa dos US$ 105,43, com possibilidade de alcançar até quase 30%, em um patamar de US$ 135. É aguardar para ver.
Categorias