A realidade virtual (RV) tem sido usada para diversos objetivos, como para o desenvolvimento de videogames mais imersivos. Porém, a Microsoft resolveu explorar outras possibilidades que essa tecnologia tem a oferecer, por meio do Canetroller. A ferramenta foi criada especialmente para deficientes visuais, funcionando como uma espécie de bengala branca tátil adaptada para RV.
Esse último objeto é usado a fim de facilitar a mobilidade desse público em áreas internas e externas. Logo, a ideia é que o Canetroller possa simular em ambiente virtual as situações mais próximas possíveis do mundo real.
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Com isso, esses usuários poderão treinar suas habilidades durante o uso da bengala branca, caminhando, por exemplo, com mais segurança em locais diversos.
Para produzir o Canetroller, a Microsoft inicialmente realizou um estudo que teve a colaboração de instrutores de orientação e mobilidade e deficientes visuais adultos, de ambos os sexos, com idades entre 25 e 40 anos. Estes últimos responderam a um questionário, enquanto o grupo de profissionais passou por uma entrevista. Nos dois casos, as perguntas abordavam temas relacionados ao uso de RV e da bengala branca, porém com focos diferentes.
A partir das informações obtidas, foi possível criar a ferramenta, que conta com o headset Vive, sistema adaptado de realidade virtual da HTC. Assim, a equipe da companhia conseguiu que o dispositivo reproduzisse um mapa mental detalhado para o espaço virtual, incluindo ambientações internas e externas.
Sua eficácia foi testada por um grupo de nove deficientes visuais, com faixa etária entre 25 e 63 anos de ambos os sexos. O Canetroller foi projetado de modo que eles pudessem escutar comentários/direcionamentos em áudio, por meio de fones de ouvidos.
O Canetroller também conta com os seguintes recursos
- sistema de trava, que é ativado quando ele tocar em algum objeto, como uma parede;
- simulador que vibra quando ele atinge um objeto ou é deslizado sobre algum lugar;
- retorno auditivo, capaz de reproduzir sons do mundo real.
De acordo com a Microsoft, os resultados finais apontaram que oito pessoas conseguiram navegar em ambiente interno, e seis delas completaram a tarefa de se locomover em espaço interno sem problemas. Assim, a empresa deseja que o estudo realizado possa inspirar outros pesquisadores e designers a criar tecnologias de realidade virtual que apresentem soluções cada vez mais inclusivas.
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