A Sony, tradicional empresa de eletrônicos e tecnologia do Japão, anunciou ter firmado uma parceria com cinco empresas de táxi japonesas para a implementação de um sistema de solicitação de corridas que faz uso de inteligência artificial. Segundo a empresa, o serviço será capaz de gerenciar e otimizar o aproveitamento das frotas, levando em consideração fatores climáticos, o trânsito e eventuais mudanças provocadas por eventos que causem impacto no fluxo das cidades.
O anúncio veio logo na sequência da declaração de Dara Khosrowshahi, CEO da Uber, que, em visita à Ásia, declarou estar em busca de parcerias com empresas de táxi japonesas. De acordo com a Bloomberg, Khosrowshahi disse ver no Japão uma “oportunidade incrível”, mas que precisa ser encarada sob uma nova perspectiva.
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A precaução da Uber tem motivo: por conta de uma burocracia, a empresa enfrenta dificuldades para oferecer seu serviço nas principais cidades do Japão, país que exige uma licença especial emitida exclusivamente para motoristas profissionais. Alternativamente, a empresa passou a operar em pequenas cidades e zonas rurais que não eram atendidas por táxis. A intenção de Khosrowshahi, portanto, é aumentar a participação da Uber no país por meio dessas parcerias.
O sistema de pedido de corridas com inteligência artificial da Sony, resposta à tentativa de avanço da Uber no Japão, deve ser lançado ainda neste ano, entre os meses de março e junho. A iniciativa não deve se limitar à implantação da tecnologia da Sony, mas sim envolver também o desenvolvimento de um aplicativo para smartphones que possibilitará inclusive a expansão da parceria, inicialmente firmada apenas com cinco empresas locais.
Disputa acirrada
O Japão já dispõe de um serviço que usa inteligência artificial no transporte particular – iniciativa da JapanTaxi em parceria com a Toyota. Ao todo, 60 mil carros – ou um quarto dos táxis do Japão – estão cadastrados no serviço, de longe a maior fatia do mercado de apps de transporte no país. Outros concorrentes são a Uber e a Didi Chuxing, ambas com forte investimento do Softbank. A entrada da Sony na concorrência comprova: a disputa não vai ser fácil.
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