Se formos levar em conta que passamos, no mínimo, 8 das 24 horas que temos disponíveis ao dia trabalhando, não é exagero dizermos que ele ocupa boa parte da nossa vida. Para que esse tempo seja aproveitado da melhor forma possível, o ideal é que a gente goste daquilo que faz. Estaria tudo ótimo, se esse “match” não fosse tão complicado de acontecer.
Pelo menos essa é a sensação presente na vida de muitos brasileiros: de acordo com uma pesquisa divulgada pelo Instituto Locomotiva, 56% dos trabalhadores com carteira assinada estão insatisfeitos com seu emprego. E esse sentimento negativo sobre o trabalho pode trazer problemas tanto para o colaborador — que se sente menos motivado e, nos casos mais extremos, até infeliz de verdade em ir trabalhar — como para a empresa, que perde em produtividade e precisa lidar com um nível de rotatividade maior.
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Calma, nem tudo está perdido
Nessa mesma pesquisa divulgada pelo instituto, um dos principais motivos apontados pelos respondentes para não gostar do que faz já dá uma boa ideia do que pode ser feito para reverter o jogo: se você pensou em falta de reconhecimento, acertou em cheio.
Mais da metade dos entrevistados apontou que a ausência de um feedback da liderança sobre o seu trabalho é um dos fatores que causa mais insatisfação na carreira; o que por consequência, diminui o interesse do colaborador em melhorar as tarefas já feitas ou apresentar sugestões que possam facilitar a vida da empresa.
E esse reconhecimento pode vir de várias formas: 96% dos participantes da pesquisa acreditam que seja importante que as empresas utilizem gratificações materiais, como dinheiro, viagens, vale-presente, etc. Além destas, elogios, homenagens — tipo as de “destaque do mês” — ou mesmo um reconhecimento público são outros exemplos de atitudes que, além de aumentarem o moral, ajudam o colaborador e encontrar sentido naquilo que ele faz.
Achou que a gente não ia falar sobre propósito hoje?
Para a maioria das pessoas, tudo se resume ao propósito mesmo. Quando você entende a forma como seu trabalho impacta na vida de outras pessoas, a tendência é que o seu interesse por aquilo que faz aumente, junto com o seu comprometimento de sempre fazer o seu melhor — o que dificilmente ocorre quando a única sensação que o seu trabalho causa em você é um conjunto de bad vibes.
Caso você, que ocupa um cargo de liderança e sabe como a falta de motivação deixa tudo mais difícil no ambiente de trabalha: 1) acredita que pode ser possível mudar a forma como os seus liderados encaram as tarefas do dia e 2) quer fazer algo a respeito, mas não sabe bem por onde começar, apresentamos 4 dicas que podem te ajudar:
1. Reconheça sempre algo bem feito
O ser humano é um “bicho” social, que precisa de validação em diversos aspectos da vida, sendo que o trabalho é um deles. Portanto, elogios são mais do que bem-vindos, já que funcionam como um combustível que irá manter sua equipe motivada.
Mas não basta elogiar só por elogiar: valorize quando um projeto, entrega ou uma ideia estiverem de fato com muita qualidade. Assim, o feedback não se torna algo vazio, os outros colaboradores conseguem entender onde foi que o elogiado acertou e, assim, podem se empenhar para conseguir seu lugar ao sol no mundo corporativo.
2. Trabalhe por uma causa
É o que falamos mais acima: entender como a sua empresa ajuda a sociedade faz com que as pessoas deem sempre o seu melhor. Bill Donoghue, CEO da Skillsoft, plataforma de treinamentos online, resumiu em uma frase o que significa trabalhar por uma causa: “Eles [os colaboradores] querem sentir orgulho do trabalho que sua empresa faz”.
Por isso, é importante sempre mostrar aos colaboradores como o produto ou serviço criado pela empresa impacta na vida das pessoas, seja por meio de depoimentos de consumidores finais ou de representantes que adquiriram a sua solução. E esse precisa ser um trabalho feito para impactar a todos os colaboradores, independente da posição do organograma.
3. Desenvolva um senso de comunidade
Trocando em miúdos, “senso de comunidade” nada mais é do que um local onde os colaboradores sintam-se livres para serem eles mesmos e que possam se relacionar com os outros pares de forma a criar um ambiente mais amigável durante o expediente. Pesquisas já apontaram que o trabalho rende muito mais quando é feito em um local no qual a pessoa se sinta confortável para ser ela mesma.
Existem várias alternativas que uma empresa pode adotar para criar esse senso, desde o incentivo a prática de esportes em equipe — um exemplo seria a formação de um time de futebol — como a criação de comitês que falam de temas que possam aproximar as pessoas; um exemplo poderia ser um comitê social, que reunisse roupas e brinquedos para doação.
4. Incentive o aprendizado constante
A última — mas não menos importante — atitude que pode ser tomada pela empresa como forma de demonstrar que preocupa com o candidato é investir em sua formação acadêmica. E esse método se mostra bem relevante nos dias de hoje, em que a tecnologia faz com que muitas profissões se transformem, o que gera a necessidade de um aprendizado constante.
"É muito importante que os gerentes se preocupem em fornecer opções de treinamento e desenvolvimento contínuos aos funcionários", explica Donoghue. "Todos devem se adotar uma postura de aprendiz ao longo da vida para desenvolver novas habilidades e competências".
Seja fornecer ajuda de custo para um curso livre ou uma pós-graduação, ou mesmo realizar programas internos em que profissionais de áreas diferentes troquem experiências, investir em iniciativas que ajudam o colaborador a ter uma carreira mais competitiva contribui para que sua relação com o trabalho seja mais saudável e produtiva.
E a sua empresa, ela realiza alguma atividade para motivar os funcionários? Conta pra gente nos comentários: às vezes, ela pode fazer a diferença na vida de alguém que queria fazer alguma sugestão ao RH, mas não sabe o que indicar.
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Como ajudar seus colaboradores a encontrar sentido no trabalho via The Brief
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