Há exatamente um ano, o bitcoin era cotado a US$ 967, um valor já elevado para a moeda. Nesta terça-feira (30), a moeda virtual mais popular e cara do planeta está avaliada em US$ 10,5 mil, tendo chegado a valer mais de US$ 19 mil em dezembro. Esse aumento repentino e acentuado foi visto também em outras criptomoedas, resultando numa espécie de febre do setor.
Um dos efeitos diretos e mais notáveis dessa popularidade pode ser identificado no preço das placas de vídeo. Uma reportagem do site Polygon revela, por exemplo, que o preço médio de uma NVIDIA GeForce GTX 1070 quase dobrou de tamanho em muitas lojas, indo de US$ 380 para mais de US$ 700.
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Como as criptomoedas vêm se mostrando um investimento rentável, e elas utilizam amontoados de placas de vídeo para realizar todos os cálculos necessários para a sua mineração, as GPUs viraram objeto de desejo de muitos investidores. Quem sofre com isso são os gamers, que viram o preço do componente disparar.
Uma mineradora de criptomoedas utiliza muitas placas de vídeo.
E a dinâmica dos bitcoins apenas reforça esse panorama desolador: existe um número limitado da criptomoeda, apenas 21 milhões, o que torna o processo de minerar cada vez mais custoso do ponto de vista de processamento conforme essa quantidade máxima se aproxima. Atualmente, existem apenas cerca de 4,2 milhões de bitcoins disponíveis para mineração.
Para tentar mudar o cenário, algumas lojas vêm limitando a quantidade de placas de vídeo que uma mesma pessoa pode comprar, enquanto outras chegam a oferecer descontos para quem estiver montando um PC gamer. A estratégia pode ser útil e servir de alívio para quem deseja criar o seu computador poderoso para rodar tudo em 60 fps.
A própria NVIDIA declarou recentemente a sua intenção de vender mais GPUs para gamers e menos para mineradores de bitcoin. Vale lembrar, porém, que a empresa já declarou que o uso de seus produtos para este fim é mais bem-vindo do que para datacenters de inteligência artificial.
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