A gigante chinesa Didi Chuxing comprou o controle acionário da empresa brasileira de transporte individual 99, responsável por apps como 99 Taxi e 99 Pop. De acordo com o Valor Econômico, a companhia foi avaliada em US$ 1 bilhão, o que a torna um “unicórnio”, como são chamadas as startups globais que ultrapassam essa marca de valor de mercado.
As informações são do Valor Econômico, que entrou em contato com a 99 para confirmar a aquisição, mas não obteve um comunicado oficial por parte da empresa. Não foi revelado quanto exatamente o grupo chinês investiu na 99 para ter o controle acionário, mas ele teria comprado as participações que os fundos Riverwood Capital, Monashees, Qualcomm Ventures, Tiger Global e SoftBank tinham na empresa brasileira.
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A 99 já é maior adversária da Uber, com 30% do mercado nacional de transporte individual
A 99 foi fundada há cinco anos e começou suas operações no mercado de táxi. A empresa mais recentemente começou a concorrer diretamente com a Uber e, hoje, já é sua maior adversária, com 30% do mercado nacional de transporte individual. A Uber, por sua vez, tem 60% desse mercado. O Cabify, que se uniu ao brasileiro Easy Táxi se tornou o terceiro maior concorrente no segmento.
Investimento contínuo
A Didi Chuxing é hoje a startup mais valiosa do mundo. A empresa está avaliada em US$ 56 bilhões, com sua base de operações mais importante na China. A companhia inclusive vinha investindo na 99 e, recentemente, migrou os serviços do app brasileiro para sua plataforma de tecnologia, permitindo que usuários do app nacional chamassem um táxi em qualquer parte da China.
Dividir o mundo em territórios para operar sem concorrer diretamente uma com a outra
Durante o mês de dezembro de 2017, a SoftBank, que tem uma parcela significativa da Didi Chuxing, comprou 30% das ações da Uber. Com isso, o fundo japonês terá um grande poder de decisão na mesa diretora da empresa norte-americana. Fora isso, quando a Uber saiu da China devido à concorrência com os produtos da Didi Chuxing, a empresa vendeu suas operações restantes para a rival, e agora as duas possuem “pequenos” investimentos uma na outra.
Por conta desse cruzamento de dinheiro e de investidores em comum, o mercado acredita que as duas devem dividir o mundo em territórios para operar sem concorrer diretamente uma com a outra futuramente. A suspeita é de que a América Latina fique com a Didi.
Fontes