A temporada tem sido boa para o mercado dos PCs no Brasil. O terceiro trimestre registrou 1,36 milhão de máquinas comercializadas, um salto de 30% em relação ao mesmo período de 2016. A alta segue a tendência de 2017, já que de janeiro a março houve crescimento de 5% e de abril a junho o aumento também foi de 5%, em relação ao ano passado. Os números são do relatório IDC Brazil PCs Tracker Q3, realizado pela firma de inteligência IDC Brasil.
Os notebooks puxaram a alta do terceiro trimestre e representam 69% das vendas no período
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Com esses números expressivos, o setor nacional contabilizou R$ 3 bilhões, 28% maior que os R$ 2,4 bilhões de 2016. Os grandes astros desse levantamento foram os notebooks, que chegaram a 936 mil vendas de julho a setembro, seguido dos tradicionais desktops, que teve distribuição de 424 mil unidades.
“Os notebooks puxaram o crescimento do setor, representando 69% das vendas entre julho e setembro e superando a expectativa da indústria, já que houve crescimento também no mercado corporativo”, comenta Pedro Hagge, analista do estudo da IDC Brasil. Ele também destacou a importância da Black Friday e de novos produtos.
Compradores de PCs economizaram neste ano
O tíquete médio dos PCs comercializados no terceiro trimestre deste ano foi de R$ 2.200. Isso representa uma economia de 2% aos bolsos do consumidor, já que em 2016 as pessoas gastaram cerca de R$ 2.234 no mesmo período. O aquecimento para a Black Friday e o Natal contribuíram para este cenário.
No acumulado do ano, o crescimento no setor de PCs deve chegar a 13% em relação a 2016
“Com a chegada de duas datas sazonais bem importantes (Black Friday e Natal), os varejistas antecipam as compras das máquinas para o estoque, já que a procura aumenta consideravelmente. A volta da confiança no consumidor e a necessidade de trocar equipamentos comprados em meados de 2011 são outros pontos que influenciaram o bom momento do mercado”, diz o analista Pedro Hagge.
E como fica o setor entre outubro e dezembro? O levantamento prevê vendas de 1,38 milhão de PCs, uma alta de 13% na comparação com o ano anterior, com receita 10% superior, atingindo R$ 3 bilhões nesses três meses. No acumulado, o crescimento deve chegar a 13%, com 5,1 milhões de unidades comercializadas — 1,655 milhão de desktops e 3,436 milhões de notebooks — e receita de R$ 11 bilhões.
Argentina puxa a alta na América Latina
A região mostrou crescimento no terceiro trimestre, com 15,2% a mais de vendas em comparação com o terceiro trimestre de 2016, chegando à distribuição de mais de 4,9 milhões de unidades. A maior responsável por isso foi a Argentina, que eliminou impostos de importação e chegou a comercialização 85% superior ao mesmo período do ano passado.
PCs desktops ainda possuem uma boa fatia no mercado, mas a previsão é de que mostrem queda ainda maior a partir de 2018
A América Latina vê maior movimentação de ultrabooks e notebooks, com saídas 33% e 26% superiores aos números de julho a setembro da temporada anterior, respectivamente. A tendência é de que a movimentação continue boa até o final de dezembro, com alta de 2,5% no quarto trimestre e total de 17,1 milhões na conta geral.
Os híbridos ainda não fizeram a cabeça do consumidor e seguem com pequena fatia do mercado
Em 2018, os processos eleitorais em vários países devem causar uma estabilização, com previsão de queda de 9%. E a procura por PCs portáteis deve aumentar ainda mais. “Os negócios estão migrando para os grupos de mobilidade, tanto no meio corporativo quanto pessoal: os ultrabooks devem cresce 11% até o final do ano e os notebooks já representam 50% do mercado atual, com os híbridos (notebooks/tablets) em uma fatia de 3,6%. Os PCs tradicionais, os desktops, ainda estão com 25% do mercado, mas espera-se uma redução nos próximos anos”, comenta Paola Soriano, Gerente de Programa de Dispositivos Móveis e de Consumidores da IDC Latin America.
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