Na última quarta-feira (6), fomos convidados para assistir a um novo anúncio da Smiles. Em parceria com Visa, Banco do Brasil, Bradesco e Santander, a empresa – que faz parte do grupo da Gol – revelou que iria reformular os cartões de crédito da marca, oferecendo mais vantagens, multiplicadores de milhagens e outros agradinhos pontuais. Como os luxos do mundo das viagens não é exatamente o nosso forte, garimpamos algumas informações interessantes sobre o setor.
Leonel Andrade, CEO da Smiles, por exemplo, afirmou que a novidade faz parte de uma cultura de inovação da empresa. “A cada três meses temos a obrigação de criar e lançar novidades [para nossos consumidores]”, afirma. Segundo o executivo, os planos de fidelização da casa já vinham sendo lapidados nos últimos tempos, mas os cartões acabaram ficando defasados em relação ao resto do portfólio. O jeito, então, foi trabalhar junto aos bancos – dois dos quais já eram seus parceiros – para atualizar o item para os dias de hoje.
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Money, money, money
A parceria, que também conta com toda a tecnologia de segurança – e a bandeira – da Visa, faz todo sentido e é do tipo “todo mundo ganha com isso”. Por quê? Basicamente porque o segmento de viagens é um dos que mais cresce dentro do mercado de fidelização brasileiro. De acordo com Rodrigo Cury, superintendente executivo de Cartões do Santander, estamos falando de uma indústria local com valor aproximado de US$ 4 bilhões e com potencial para ser quintuplicado dentro dos próximos anos. Uau.
Cesário Nakamura, Diretor do Bradesco Cartões, explica ainda que, nos cartões emitidos pelo banco, os gastos com viagens correspondem em média a 10% da fatura dos clientes – um número nada humilde quando consideramos a situação econômica recente do Brasil. Se nos focarmos apenas no público de alta renda ou nas faixas mais premium de cartões de crédito, esse número é de quatro a cinco vezes maior. Claro que esse entendimento do cenário levou a criação de uma nova categoria de cartões dentro do catálogo da firma, o Infinite.
Andrade acredita que, quando se fala de um produto voltado especificamente para o turismo e para esse público de elite, não há concorrentes para os lançamentos da Smiles. “Nosso foco é em viagens. Não pretendemos ir para o varejo, como acontece com outros programas similares”, comenta. A decisão, segundo Fernando Teles, diretor-geral da Visa do Brasil, é mais do que acertada, já que essa limitação de escopo permite que a Smiles ofereça um ecossistema de parceiros e serviços que garantem uma maior taxa de fidelização da clientela.
Milhas = moeda digital?
Questionado sobre uma possível regulamentação do setor – que segue sem regras oficiais – e a proximidade de milhas e pontos de fidelização com as criptomoedas, o chefão da Smiles deu um posicionamento claro: é a favor de haver regras nesse mercado, mas não acredita que seu produto seja similar aos bitcoins e companhia.
Tanto como presidente da empresa quanto no papel de diretor da Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (ABEMF) e da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (ABECS), Andrade se diz totalmente aberto para garantir que esse mercado vá além da atual autorregulamentação. Segundo ele, há um canal aberto para conversas quando o governo brasileiro efetivamente resolver criar diretrizes que regulem o segmento.
Saiba mais
Para conhecer tudo que os novos cartões de créditos da Smiles oferecem e saber o que cada categoria do item traz para os aficionados por viagens, basta acessar este link. E você costuma utilizar regularmente esse tipo de programa de benefícios? Qual foi a sua experiência com ele até o momento? Deixe a sua opinião sobre o assunto mais abaixo, na seção de comentários.