Já há algum tempo, a Coreia do Sul se tornou uma espécie de meca da inovação mobile. Pudera, já que a Samsung não para de anotar sucessos na área, ganhando força tanto com sua linha de celulares quanto pela supremacia na produção de muitos componentes usados no setor. Ok, mas e a LG? Bem, apesar de seguir como a grande concorrente da Sammy em uma infinidade de mercados, a marca ainda patina feio quando o assunto são dispositivos móveis. A operação ficou tão insustentável que a LG resolveu fazer uma dança das cadeiras na divisão.
Um comunicado oficial da companhia revelou que o atual CEO da LG Mobile, Juno Cho, deve dar lugar a Hwang Jeong-hwan. De quebra, Park Il-pyung (ex-Harman, comprada pela Samsung) foi escalado para o cargo de CTO do negócio. A ideia da megacorporação é justamente aumentar a competitividade de seus produtos no mercado móvel, uma característica que os dispositivos da casa não têm exibido nos últimos anos.
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Mesmo o lançamento de aparelhos como LG G6 e LG V30, que oferecem um hardware de respeito e design aprimorado, não parece ter remediado os tropeços anteriores da empresa ou restaurado a confiança dos consumidores na marca. Basta ver que, enquanto a Samsung teve um lucro na casa dos US$ 3 bilhões somente com sua divisão mobile – de um total de US$ 12,9 bilhões no período –, a LG amargou um prejuízo de US$ 331 milhões com a área. Ou seja, o departamento anda prejudicando o balanço-geral da companhia.
Questão de sobrevivência
A ideia é que a experiência de Jeong-hwan com P&D ajude a colocar a empresa de volta nos eixos, possivelmente dando um novo fôlego para o negócio. É bom que essa chacoalhada na divisão tenha o efeito desejado, sob a pena de a LG sofrer novos perrengues mais adiante.
Isso porque, mesmo que a marca continue muito forte no setor de televisores – graças principalmente aos seus painéis OLED e TVs 4K com ótimo custo-benefício –, seu negócio de eletrodomésticos corre o risco de ter uma queda grande no mercado americano, graças a uma reclamação da Whirpool ao US International Trade Commission.
Em tempo: a Samsung também é alvo da ação, mas a diferença é que a marca pode absorver o impacto graças à força de suas outras divisões. E aí, acha que a LG consegue se recuperar e restabelecer suas empreitadas no universo mobile?
Fontes