Quem gosta de hardware gamer provavelmente sabe que a Alienware é uma das marcas referência no setor. A fabricante foi incorporada como uma subsidiária da Dell e atualmente vende periféricos e computadores no Brasil. Um de seus mais recentes trunfos? O colossal Area 51, com formato hexagonal e promessa de desempenho.
Durante a BGS 2017, conversamos com o cofundador da marca, Frank Azor, que está há 21 anos como executivo na companhia. Ele falou sobre eSports, realidade virtual, o mercado gamer no PC e até sobre o público brasileiro.
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Ficou curioso? Confira abaixo o nosso bate-papo.
TecMundo: Por que o público brasileiro gosta tanto da Dell e da Alienware?
Frank Azor: Ah, a Alienware é simplesmente cool. A gente construiu a companhia 21 anos atrás e fomos uma das primeiras a reconhecer que, como gamers, temos necessidades especiais de desempenho na tecnologia, e decidimos ir por esse caminho de construir soluções e softwares em torno do que a gente mais ama, que é jogar. Agora, você olha pro mercado e é insano, todo mundo tem PCs gamers e quer fazer dinheiro como isso, porque está popular. A gente é autêntico, é uma empresa formada por gamers, começamos a fazer isso porque é o que amamos fazer e as pessoas reconhecem isso.
O que você acha que mudou desde quando vocês começaram?
Uau, tudo mudou.. Quando a gente começou, jogar no PC era muito difícil. Tinha placa de vídeo 2D e 3D, DOS e Windows, placa de som 64 bits e 32 bits, alguns games funcionavam em algumas placas… O que a gente tem feito não é muito diferente do que a Apple meio que faz com a tecnologia para o público. A gente simplifica ela pros nossos consumidores, para que eles só foquem em jogar e não se estressar com hardware.
O Windows se tornou um sistema operacional mais amigável para games, tudo roda basicamente sob as mesmas plataformas, temos soluções como Steam e Origin que dão acesso a games mais facilmente e até atualizam eles, os jogos são transferíveis de contas de PC para PC… Agora que isso foi simplificado, nosso foco é como levar inovação para os consumidores.
Como foi criada a ideia para o Area 51?
É muito difícil criar um produto Alienware porque a gente foi imitado por tantas companhias por aí. O maior desafio que nos perguntávamos era como vamos fazer diferente, como liderar, porque todos estão nos seguindo. Seria muito mais fácil só seguir alguém, mas quando você é o líder é duro continuar liderando.
Nós olhamos as casas desses jogadores e como eles usam, configuram e interagem com o desktop.
Focamos em como solucionar alguns problemas reais que os jogadores encaram todos os dias usando esses sistemas. A maioria não usa eles em cima da mesa, mas sim embaixo, mesmo que seja bonito e você queira mostrar. Tem cabos em todo lugar, você fica procurando o port USB ou do fone do ouvido, você até liga uma lanterna para procurar… A gente viu que precisava consertar tudo isso.
No caso do Area 51, os conectores são voltados para o jogador para eles não baterem na parede, e trazem até uma iluminação própria para ajudar na identificação. O sistema de ventilação fica na diagonal e apontando para cima, para evitar superaquecimento.Nós criamos ele para resolver os problemas de hoje e para ele sobreviver por bastante tempo.
Hoje em dia, as pessoas jogam nos smartphones e nos consoles além do PC. Como manter o jogador de PC na plataforma?
Esse não é o nosso objetivo. Somos gamers e jogamos no mobile, no console, em tudo. Os jogadores jogam os games, não os dispositivos, e o PC tem os melhores jogos agora. Você vê que é o lugar onde toda a inovação está. Você olha para PUBG e outros títulos, e em realidade virtual, todas essas novidades começam no PC. Enquanto ela continuar sendo a plataforma aberta e flexível como tem sido, a inovação vai continuar levando para ele o melhor.
Realidade virtual e realidade aumentada estão na moda. Qual você acha que vai mais além?
Eu acho que elas se complementam e as duas vão ser bem sucedidas. A analogia que eu faço é pensar na VR como a sua TV de tela grande em casa ou ir ao cinema. Quando você está nessa experiência, você quer imersão, teleportar a mente no jogo. E compramos TVs e sistemas de som cada vez maiores e melhores porque ajuda com essa transição.
A realidade virtual é nos leva a um nível totalmente diferente, mas leva segundos para teleportar você.
A realidade aumentada serve um propósito diferente. É nos smartphones, levamos ele com a gente para qualquer lugar e faz parte das nossas vidas diariamente. Eventualmente, os hardwares vão convergir em uma só solução. Eles serão diferenciados pela experiência e pela forma com que o conteúdo é apresentado.
O que os gamers mais demandam hoje em dia? Eles são difíceis de agradar?
Eu não acho que gamers são difíceis de agradar! O que eles querem é alto desempenho gráfico e de processamento, não necessariamente pelo design industrial ou funções especiais. Muita gente só pensa “Eu quero jogar PlayerUnknown's Battlegrouds] e em 1080p”. A Alienware não é sobre construir sistemas para games, é construir o melhor sistemas para games. É ter o melhor design, funções, desempenho e dar o melhor disponível.
Os eSports estão maiores do que nunca, até na televisão. Qual será o próximo passo?
Os eSports são um fenômeno que superou todas as nossas expectativas. Antes, a gente já chamava de eSports reunir 50 ou 100 pessoas em um lugar em que a gente competia, e não imaginávamos que ia chegar a uma escala tão grande. Eu firmemente acredito que eSports vai ser o esporte mais popular do mundo na próxima década, ultrapassando futebol americano, basquete, tudo exceto talvez os Jogos Olímpicos. Acho que até vai mais longe do que a Copa do Mundo!
Quando eu vejo as pessoas assistindo aos eSports, vejo o acesso que elas têm, o fato de você poder ver em qualquer lugar e toda hora, não se regulado pelas redes tradicionais de televisão que colocam barreiras entre os públicos... Isso mostra todo o potencial que ele vai ter.
E, fora de corridas automobilísticas, é a modalidade em que o atleta mais depende do equipamento. Quando você pensa em futebol ou beisebol, a chuteira é importante. Mas, se elas falharem, você pode continuar correndo descalço no campo e marcar. Em eSports, se o seu PC te abandonar, já era! Você perde milhões de dólares, cai no ranking. Entendemos que ele não é um hobby, não é brincadeira e diversão, é uma carreira para muita gente por aí. E nosso foco em qualidade tem sido uma estratégia que funciona muito bem.
Um dos slogans da Alienware aqui no Brasil é “Alcançar o inimaginável”. O que é esse inimaginável?
A Alienware se compromete a garantir a experiência de jogos mais imersiva que tiver. Por isso os painéis que usamos são o de maior qualidade, os melhores gráficos que a gente conseguir. Tentamos direcionar tudo nessa hora de imersão. Se você está vendo um filme e o som não parece bom ou cai a resolução, isso tira você da imersão. Tendo a excelência nessas áreas, damos a melhor experiência possível.
O que a Alienware trouxe para a BGS que vai deixar o público mais empolgado?
A gente tem o maior portfólio disponível em games no Brasil. Reconhecemos a oportunidade aqui há alguns anos, primeiro com a Alienware, e recentemente expandimos com a Dell Gaming. Acima de tudo, a gente apresentou todo o nosso catálogo da Alienware, com monitores, teclados, mouses... e trouxemos aqui o Area 51, que tem esse design icônico e grande desempenho. A gente trouxe isso meio que como um presente para os brasileiros, porque isso é algo que eles querem ver de perto.
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