O mais novo capítulo da história da tecnologia atende a muitos pedidos. É sobre a ASUS, que está presente em vários segmentos da indústria, mas, especialmente nos últimos anos, tem se destacado cada vez mais.
Quer saber como ela começou e de que modo chegou até aqui? Confira abaixo no vídeo e em forma de texto toda a trajetória e a diversificação de produtos da ASUS.
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Uma grande aluna
A história começa em 1989, em Taipei, capital de Taiwan. O quarteto de engenheiros T.H. Tung, Ted Hsu, Wayne Tsiah e M.T. Liao, junto com outros colaboradores, fazia parte da fabricante Acer quando decidiu sair e abrir a própria empresa.
O nome ASUS vem da segunda metade da palavra Pegasus, o cavalo alado da mitologia grega, ligado à sabedoria e ao conhecimento. Ainda no começo da vida, ela se destaca por lançar uma placa-mãe para o processador Intel 486 quase ao mesmo tempo que a gigante norte-americana IBM.
Além de ter muito menos recursos, a equipe da ASUS fez isso do zero e “na raça”, sem ter acesso ao chip original.
A diferença entre as duas? Além de ter muito menos recursos, a equipe da ASUS fez isso do zero e “na raça”, sem ter acesso ao chip original. A Intel ficou impressionada com o resultado e esse foi o início de uma grande parceria, inclusive com acesso antecipado aos processadores da marca. Isso também garantia reputação para a ASUS passar a fazer placas-mãe no futuro.
Se funcionou? Nesse setor, ela conseguiu a primeira colocação do mercado em 2003. Em 1995, ela começa em outra área que seria uma das suas principais, a de placas de vídeo. Em dez anos, ela também vira líder desse segmento.
A diversa linha de PCs
E logo ela começou também a lançar computadores para o mercado consumidor. O primeiro notebook da ASUS foi o P6300, de 1997, mais voltado para produtividade no trabalho. Ele foi logo sucedido pelas linhas Grandio e Allegro.
O Asus P6300
E tem duas histórias bem curiosas sobre os notebooks. Em 1998, os modelos da ASUS foram levados pra ser usados na estação espacial russa Mir e duraram 600 dias sem defeito. Já em 2007, eles foram os primeiros a ser usados funcionando numa boa no topo do Monte Everest.
Mas uma das famílias mais famosas de PCs da ASUS é mesmo a Vivo. E essa linha envolve desktops, tudo em um, mini PCs e muito mais.
Em 2007, ela apresentou o primeiro netbook para o mundo ocidental, o Eee PC 701. Ele se destacou por ser pequenininho, baratinho e vir com Linux, levando de vez o nome da ASUS para os Estados Unidos e outros mercados desse lado do mundo.
Asus Eee PC 701 4G
Mas o que significava esse nome esquisito? Os três “Es” formavam a sigla para "Easy to learn, easy to work, Easy to play" —“Fácil de aprender, trabalhar e jogar”. Essa linha foi encerrada em 2013 e depois revivida em 2015 como EeeBook.
Nos ultrabooks, a ASUS está presente com a linha ZenBook. Os primeiros saíram em 2011 para brigar diretamente com o MacBook Air, se destacando pelo chassi de alumínio. Outro destaque é o notebook U36, que, nesse mesmo ano, foi considerado o mais fino do mundo com 19 mm de espessura.
E tem ainda as famílias K, X, E, Q, B, V, F e A. Isso sem contar a Bamboo, que era cheia de estilo e ecologicamente correta. Em 2014, saíram ainda duas edições de Chromebooks. A ASUS chegou a ser a terceira maior fabricante de notebooks do mundo.
O curioso modelo Bamboo
Em tablets, ela sempre foi adepta dos híbridos com a linha Transformer e o Taichi 21. Ela ainda apresentou também o Memo Pad, uma alternativa mais barata para esse mercado, mas que sofreu algumas críticas.
A nação dos games
Em 2006, a ASUS fundou uma submarca para lidar com os hardwares gamers, e muita gente aí a conhece muito bem. Nascia a Republic of Gamers, ou ROG. Ela lançou notebooks, placas-mãe, periféricos em geral, monitores e placas de vídeo.
Nesse mesmo ano, ela fez uma parceria com a Lamborghini para lançar produtos de alto padrão com o nome da montadora. O primeiro fruto dessa parceria foi o notebook Lamborghini VX, e ele ganhou várias gerações.
Houve outra parceria em 2006: um empreendimento conjunto bizarro com a Gigabyte. Pois é, a hoje rival ferrenha ficou cerca de um ano montando estratégias dessa união para produzir placas de vídeo e placas-mãe. Ela foi desfeita meses depois por vários fatores e elas voltaram a ser concorrentes.
Readaptando-se ao mercado
Em 2008, a empresa passou por grandes mudanças e foi dividida em três companhias. A ASUS ficou só com computadores, mobile e outros eletrônicos. A Pegatron virou a fabricante de componentes e periféricos. E a Unihan, que fazia parte da Pegatron como subsidiária, focava em módulos e produtos fora da linha de PCs, como áudio e vídeo.
Atualmente, de forma mais discreta, ela participa ainda de mercados de GPS, receptores, placas de som, roteadores e servidores. E assim como várias outras marcas, a empresa também está no mercado de computação em nuvem com o ASUS Cloud. O serviço de transferência e armazenamento de dados já atende 40 milhões de pessoas.
No mercado mobile
No mundo dos celulares, a ASUS não começou fazendo muito barulho. Ela lançou vários modelos com Windows Mobile nos anos 2000 e outros para mercados asiáticos bem específicos.
Aí veio a linha PadFone. O primeiro saiu em 2012 com tela de 4,3 polegadas e a possibilidade de ser 3 em 1. Peraí, 3 em 1? É, ele podia ser acoplado em um dock que o transformava em um tablet, e também em um acessório de teclado que o fazia virar um notebook.
O PadFone X
Isso com um display inteligente que mudava a interface quando ele virava esses aparelhos maiores. Ele teve os sucessores PadFone 2, Infinity e X.
A família ZenFone
Sinônimo de ASUS e celular, a linha ZenFone começou em 2014 com o primeiro ZenFone 4. Rapidamente, a empresa virou uma das gigantes no setor. O lançamento no Brasil foi no mesmo ano e marcou o primeiro grande evento da companhia no país. Depois, vieram ainda os modelos ZenFone 5 e ZenFone 6.
ZenFone 5
Avançando no tempo, o ZenFone 2, da segunda geração, foi o primeiro do mercado com 4 GB de RAM. E logo a ASUS começou a diversificar a família. Atualmente: o ZenFone Zoom, que tem a câmera melhorada; a versão Deluxe, com melhores especificações técnicas; a Max, que conta com uma bateria de altíssima capacidade; e a Laser, com autofoco laser e fotos mais rápidas e ainda nítidas. Quem não curte gastar muito ainda pode apostar na linha ZenFone Go.
Os modelos de ZenFone estão cada vez mais diversificados
E a quarta geração acaba de sair do forno, agora em agosto de 2017. Ao todo, são seis variantes, duas de cada modelo – ZenFone 4, ZenFone 4 Max e ZenFone 4 Selfie. Todos têm câmera traseira dupla, mas o Selfie tem um diferencial bem interessante: gravar em 4K na câmera frontal.
E há ainda o ZenFone AR, entrada da ASUS no mundo da realidade aumentada com o projeto Tango, da Google, e primeiro do mundo com 8 GB de RAM. A interface de toda essa galera é a Zen UI, que é própria da empresa.
ZenFone AR, a entrada da ASUS no mercado de realidade aumentada
A marca foi bastante criticada nesse início da linha ZenFone por conta dos processadores Intel Atom. O problema é que eles eram incompatíveis com vários serviços, por conta da arquitetura diferente. Para a segunda geração de ZenFones, a Intel reduziu os esforços em chips mobile e a ASUS apostou em outras marcas.
Outros projetos recentes
Em parceria com a Google, a ASUS foi a responsável por fabricar o tablet Nexus 7 em suas duas gerações. Ela fez também o Nexus Player, um reprodutor de mídia com Android TV que foi descontinuado depois de dois anos de venda.
A ASUS também se aventura pelo mercado dos relógios inteligentes. O ZenWatch já está na terceira geração e tem um visual mais na pegada dos modelos de pulso tradicionais.
O robô e assistente pessoal Zenbo
Só que um dos projetos atuais mais curiosos da marca é mesmo o Zenbo, um robozinho com rosto e base de rodinha que serve de companheiro e assistente pessoal.
No comando atualmente está Jerry Shen, que é o chefe de operações desde 2008 e se destacou pelo envolvimento na linha Eee. Mas a figura mais famosa é mesmo o carismático presidente Jonney Shih, que está sempre muito animado nas conferências da marca, e você com certeza já viu algum vídeo dele por aí.
Toda a empolgação do presidente
Ao todo, a ASUS teve 13 bilhões de dólares de receita em 2016 e não para de expandir. No ano passado, ela foi considerada a marca taiwanesa mais valiosa do mercado.
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