Na última quinta-feira (3), fomos até o Rio Grande do Sul para conhecer a mais nova iniciativa da SAP no Brasil: a abertura do SAP Leonardo Center na cidade de São Leopoldo. A ideia do espaço é fornecer um centro de coinovação no qual os parceiros da empresa podem acelerar sua busca por inovação e transformação digital.
Esse novo laboratório sediado no Sul do país é o terceiro de seu tipo no mundo – depois de Nova York e Paris – e se aproveita do polo tecnológico desenvolvido na região, incluindo o próprio núcleo da SAP Brasil, para oferecer tanto um ambiente propício para a criatividade quanto ferramentas voltadas para a digitalização e aprimoramento de novos negócios.
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Tanja Rueckert (Crédito: SAP/João Alves)
Quem fez a introdução desse novo cenário durante a nossa visita ao SAP Labs foi Tanja Rueckert, presidente da unidade de negócios IoT & Digital Supply Chain da SAP. Segundo a executiva durante o bate-papo, a empresa alemã acredita que toda a plataforma e os recursos existentes em torno das iniciativas Leonardo devem formar um novo pilar que se encaixa perfeitamente na estratégia global da marca.
Repetindo as palavras do próprio CEO da companhia, Bill McDermott, Rueckert disse que a plataforma tem tudo para se tornar maior que a própria SAP – efetivamente dobrando sua operação no mercado mundial. A frase não parece ser da boca para fora, já que a gigante tem previsão de investir nada menos que 2 bilhões de euros no setor de Internet das Coisas – um dos grandes destaques do kit do SAP Leonardo – até 2020.
Caixa de ferramentas inteligente
Claro que todo esse investimento traz uma certa expectativa do que os clientes poderão fazer com acesso ao novo centro de inovação da casa. A ideia não é nada tímida: mudar completamente a forma eles veem os seus negócios. Ou seja, o objetivo é se apoiar em metodologias ágeis como Design Thinking e aproveitar um pacote repleto de ferramentas, como machine learning, blockchain, Big Data, analytics e, claro, IoT, para aprimorar produtos existentes já no catálogo de seus parceiros ou criar serviços complementares.
Se depender do chefão global da SAP, “o SAP Leonardo vai desbloquear o verdadeiro potencial das corporações inteligentes”. A visão da companhia, de acordo com Rueckert, é que as bases desse novo projeto e a forma como ele aborda e utiliza informações vai muito além de medidas pontuais nas empresas. “É uma mudança que afeta a sociedade, a indústria e a forma como vemos dados em relação a segurança, investimentos e produção”, explica.
Oferta de dados relevantes em tempo real
“SAP Leonardo ajuda você a pensar fora da caixa. Ele oferece ferramentas que, juntas ou separadas, ajudam nossos consumidores a encontrar onde seu negócio pode prosperar ou se expandir”, analisa a executiva. O diferencial, aqui, é a oferta de dados relevantes em tempo real, um elemento que dá uma vantagem considerável sobre os métodos tradicionais de captura e análise de dados.
É possível, por exemplo, conectar todas as diferentes partes interessadas no negócio em um só sistema e fazer com que essas “engrenagens” conversem entre si e trabalhem de forma mais inteligentes. O resultado? Otimização de produção, distribuição e comunicação em todos os níveis do ecossistema que determinada empresa participa. Isto é, a oportunidade de expandir seus negócios sem que seja preciso, necessariamente, aumentar sua estrutura física. Automação, afinal, não significa só a adoção de robôs ou aplicação no chão de fábrica, certo?
De ponta a ponta
Para exemplificar como esse tipo de inovação digital pode estar presente desde a concepção até a entrega de novos produtos e serviços de seus clientes – de um modo que essas opções criativas abram um novo leque de modelos de negócios –, Rueckert citou a parceria da SAP com a UPS, um dos principais nomes de entrega e logística dos EUA.
“Não pretendemos entrar no setor de hardware ou de impressão 3D, mas estamos nos unindo a outras companhias que têm interesse nesses segmentos para oferecer soluções customizadas. O trabalho com a UPS, que começou há cerca de um ano, por exemplo, prevê a criação de fazendas de impressão que trazem a produção para mais perto do consumidor e diminuem custos de armazenamento”, comenta.
A ideia da SAP é acompanhar a jornada dos seus clientes do começo ao fim
Com a evolução das impressoras 3D industriais, que podem usar todo tipo de material para formar produtos finalizados, a ideia se torna bem mais interessante e acaba resolvendo um dos principais problemas de qualquer operação baseada em logística: estoques imensos e envio de produtos para o cliente final. No final das contas, isso permite trabalhar de forma mais eficiente ao mesmo tempo em que reduz custos que, até pouco tempo atrás, dificilmente seriam passíveis de mudança.
Outro grande diferencial da iniciativa, segundo Rueckert, e algo que foi reforçado inúmeras vezes durante a nossa visita ao SAP Labs, é que a SAP assume uma postura neutra quanto às plataformas e produtos que seu cliente quer ou precisa usar no seu negócio. Afinal, todo o sistema está na nuvem e funciona de forma multicloud, com suporte a soluções da Amazon (AWS), Google (Google Cloud) e Microsoft (Azure).
Tempero brasileiro
Ok, já temos empreitadas desse tipo funcionando lá fora em grandes capitais mundiais. Porém, no caso do Brasil, por que a escolha por São Leopoldo? “Porque o cliente não quer promessas ou apresentações de PowerPoint, ele quer profissionais especializados, com conhecimento e que possam ajudá-lo a implementar esses novos produtos e projetos de forma imediata”, explica a executiva.
“São Leopoldo já tem há tempos esse tipo de mão de obra e infraestrutura, o que naturalmente permitiu que esse tipo de iniciativa fosse fomentada no Brasil e desse origem a uma nova casa para o SAP Leonardo”, completa. A escolha parece estar dando certo, já que nomes como Incor, Boticário, Cielo, Eurofarma e Burger King, por exemplo, já trouxeram alguns de seus desafios para o novo centro de inovação da SAP na cidade gaúcha.
Cada endereço traz seu próprio charme à mesa
Além disso, ainda que todos os SAP Leonardo Center tenham ferramentas e plataformas em comum, é quase natural que cada endereço traga seu próprio charme e expertise à mesa. Enquanto alguns deles trabalham com robótica em escala industrial, se adequando a necessidades do próprio ambiente ao seu redor, São Leopoldo já mostrou em pouquíssimo tempo um talento especial para soluções de agricultura. O case máximo nesse sentido é a parceria com a Stara, que deu origem a um projeto líder no segmento.
O novo centro brasileiro também já coleciona bons números desde a sua inauguração e coloca uma expectativa alta para o próximo laboratório do tipo – a ser construído em Bangalore, na Índia. Afinal, o local já recebeu 4.300 visitantes individuais, 950 empresas, 180 eventos, 290 tours e 180 workshops, além de contar com mais de 900 funcionários e ter ao menos três projetos de inovação já engatilhados. E você, é dessa área ou trabalha com os sistemas da SAP? O que achou da novidade? Deixe a sua opinião mais abaixo, na seção de comentários.
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