"Do jeito que as coisas andam, a tecnologia só vai tirar mais e mais empregos daqui em diante. Daqui a pouco, nem vão mais precisar de pessoas trabalhando". Quantas vezes você ouviu essa frase e tantas outras parecidas?
Apesar de ser talvez um pouco catastrófica, é possível compreender essa linha de pensamento. Afinal, estamos cada vez mais conectados e automatizados, não é mesmo? Há aplicativos de celular que possibilitam entrevistas de emprego, máquinas ágeis e precisas substituindo montadores em fábricas e até mesmo realizando procedimentos complicados que, antes, eram feitos apenas por mãos humanas — como cirurgias, por exemplo.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
Mas, calma! Realmente não está tão ruim quanto parece. Em um estudo realizado pelo McKinsey Global Institute, os pesquisadores surpreendentemente concluíram que, se aplicarmos a tecnologia de hoje, menos de 5% dos empregos seriam totalmente automatizados. Além disso, o Instituto acredita que levaria décadas para as empresas conseguirem adaptar as tecnologias para cada tarefa. Por fim, também é necessário que nós, humanos, consigamos aprender a trabalhar como aliados das tecnologias disponíveis.
Se você achou pouco, fique calmo, porque tem mais. Três pesquisadores da Deloitte concluíram que — pasme — a tecnologia criou mais empregos do que os destruiu! Para Alex Cole, um dos estudiosos, é inegável que a tecnologia, de fato, destruiu empregos. Mas isso não é algo recente; trata-se de uma tendência que faz parte da história da humanidade e simplesmente ficou mais acentuada após a Revolução Industrial. Porém, ao mesmo tempo, a tecnologia melhora as condições de vida, salários e cria mercados novos, que não existiam anteriormente. Cole dá um exemplo bem próximo da nossa realidade: basta pensar nos smartphones, que surgiram há menos de dez anos e já criaram um enorme mercado de trabalho.
Utilizando dados do Censo britânico desde 1871 e do Labour Force Survey, de 1992, os economistas concluem que "as máquinas assumiram tarefas mais repetitivas e laboriosas, mas jamais chegaram perto de eliminar a necessidade do trabalho humano em nenhum momento dos últimos 140 anos". É claro que alguns setores foram impactados negativamente, mas também há aqueles que tiveram crescimento no número de empregos. Ainda falando do Reino Unido, a área de gerência de tecnologia da informação cresceu 6,5 vezes.
Por tudo isso, é importante lembrar que a tecnologia demanda capacitação. Não adianta um grande desenvolvimento, se os funcionários não tiverem os conhecimentos para aplicar nas máquinas e em outros dispositivos. É preciso que os governos deem auxílio para que as pessoas consigam os empregos necessários neste momento transitório entre o trabalho manual e o tecnológico, e isso significa que precisamos de treinamento e educação.
Categorias