A Rússia tem uma longa história de pioneirismo quando o assunto é a exploração espacial. Ainda na época da União Soviética (1917-1991), o país do leste europeu foi o primeiro a enviar satélite natural, um animal, um homem e uma mulher ao espaço, tornando-se referência no assunto e ganhando pontos durante a Guerra Fria.
Aos poucos, porém, uma alternativa aos serviços espaciais russos vem ganhando cada vez mais corpo. Ela se trata da SpaceX, empresa fundada e presidida por Elon Musk e que tem tido destaque nos noticiários (e também a atenção de companhias e governos) com seu foguete reutilizável Falcon 9. A possibilidade de reaproveitar uma espaçonave é um grande diferencial, afinal ajuda a baixar os custos de uma missão.
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Após fazer pouco caso da concorrência da SpaceX, o governo russo finalmente começa a se movimentar para garantir a sua posição de líder do setor. Por meio da Roscosmos, a agência espacial russa, Moscou pretende também baratear os custos de operações, criando assim o mesmo diferencial que a sua principal rival.
Baixos custos e confiabilidade
Entretanto, a estratégia para conseguir isso ainda não passa pelo desenvolvimento de foguetes retornáveis — ao menos não por enquanto. A Roscosmos apresentou o foguete Soyuz 5, um veículo espacial capaz de reduzir em 20% os custos de uma missão espacial convencional e que estará pronto em 2022. Apesar de ser considerável, a redução ainda fica abaixo da economia de 30% garantida com o Falcon 9.
Além disso, olhando para a expansão da SpaceX ao longo dos últimos anos, é possível sugerir que a jogada da Roscosmos não seja assim tão bem sucedida para evitar a expansão comercial da rival. Isso porque a empresa de Elon Musk acaba de finalizar uma nova versão de seu foguete, a Block 5, que pode garantir ainda mais economia a cada missão espacial quando a sua contraparte russa estiver voando.
Ao que tudo indica, então, a grande vantagem da agência espacial russa ainda é a confiabilidade e a experiência de décadas no assunto. Isso porque, apesar dos sucessos e do crescimento SpaceX, a explosão de uma unidade do Falcon 9 ainda em fase de testes em 2016 pode respingar na reputação da empresa por mais alguns anos.
Fontes