As práticas comerciais controversas da Google na Europa não passam em branco pelas autoridades. Após ser multada na semana passada em quase R$ 9 bilhões por práticas anticompetitivas relacionadas ao seu buscador, a companhia de Mountain View deve receber novas multas pesadas por parte da Comissão Europeia (CE).
De acordo com a Reuters, desta vez, os problemas envolvem ações anticompetitivas da empresa relacionadas ao Android e ao AdSense. A CE ainda não estipulou o valor da multa porque busca uma segunda opinião de um grupo de especialistas, mas a definição deve acontecer em breve.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
E se a demora e a análise dos especialistas pode parecer algo benéfico para o Google, o objetivo é exatamente o contrário: esse painel visa assegurar que a multa será pesada o suficiente. A expectativa é de que a sanção alcance novamente um valor recorde, assim como aconteceu com a multa aplicada há alguns dias.
A acusação
A Comissão Europeia acusou a Google ainda em 2016 de abusar da sua condição dominante no mercado de smartphones para dificultar os negócios de concorrentes. Tais práticas incluem solicitações feitas a parceiras que usam o Android em seus dispositivos para que elas incluíssem o mecanismo de busca e o navegador da empresa nos aparelhos, além de impedir por contrato que as companhias utilizassem versões antigas do sistema operacional.
Outra acusação envolve o pagamento por parte da Google para que as parceiras usem os seus produtos, além da obrigação da inclusão da Google Play Store como a loja de apps padrão de cada dispositivo.
“Se a Google fosse forçada a desassociar a Google Play de seus outros serviços digitais, as fabricantes de portáteis e as operadoras estariam livres para definir como padrão o que elas quisessem, dando início assim a um declínio no uso dos serviços Google”, afirmou o analista financeiro independente Richard Windsor.
As sanções contra a Google pode vir a ser um baque forte nos negócios da empresa na Europa. Supondo que a companhia seja obrigada a oferecer alternativas aos usuários do seu sistema mobile em relação a navegador, motor de busca e loja de aplicativos padrão, é bem provável que o alto potencial de crescimento vindo do Android seja prejudicado.
Fontes