(Fonte da imagem: Divulgação/Diablo Technologies)
Um dos maiores problemas dos computadores é a memória, mais precisamente, a relação entre o processador e ela. Isso acontece porque a CPU precisa de espaço para trabalhar de forma eficiente.
Para complicar: não basta ter muita memória, é preciso que ela seja rápida. Consequentemente, quanto mais rápida, mais cara.
Quase todos os processadores possuem uma pequena quantidade de memória embutida, que são os caches L1, L2 e até mesmo L3. Enquanto o L1 é extremamente pequeno em espaço de armazenamento, ele possui uma latência muito baixa. Os caches L2 e L3 são maiores em armazenamento, mas possuem muita latência se comparados com o L1.
Mas o que é latência e por que ela é importante na memória? A latência é o tempo que uma ação leva para acontecer, ou seja, é o tempo máximo que uma informação precisa para ser encontrada dentro da memória, nesse caso.
(Fonte da imagem: Reprodução/Intel)
Os dados que vão ser processados ficam armazenados no HD, depois passam para a memória RAM e, finalmente, passam para os caches do processador. Quanto mais rápido a CPU puder acessar essas informações, melhor. E, se a velocidade de acesso aos dados armazenados no cache do processador já é muito superior ao acesso aos dados armazenados na RAM, imagine a diferença de tempo que o processador perde para poder acessar os dados armazenados no HD — mesmo que seja um SSD —, por exemplo.
Memory Channel Storage
E é justamente aí que entra o Memory Channel Storage (MCS), a tecnologia desenvolvida pela Diablo Technologies. A empresa criou um sistema em que a memória NAND flash pode ser utilizada no lugar da DRAM.
O interessante do negócio é que a memória NAND, utilizada para armazenamento de dados, não é volátil, como a DRAM, isto é, ela não precisa estar energizada para armazenar as informações. Em contrapartida, esse tipo de memória é muito mais lento, indicando não fazer muito sentido utilizá-la para “acelerar” o sistema.
Se a NAND flash é mais lenta, qual a vantagem do MCS?
A Diablo Technologies não colocou simplesmente os chips NAND flash disfarçados de DRAM para trabalhar. Isso nem mesmo seria possível, pois os processadores atuais trazem os controladores de memória embutidos, e esses controladores não sabem se comunicar com uma memória NAND flash.
Para resolver esse problema, a companhia desenvolveu um sistema interessante: as memórias trazem uma camada de tradução ASIC (chamada Rush) que faz a ponte de comunicação entre os chips NAND e o processador.
Isso significa que a CPU enxerga a memória NAND como se fosse DRAM e não tem problema nenhum para trabalhar com ela. Para completar, essa memória também pode ser convertida para o armazenamento de dados através do controlador ASIC.
Fazendo isso, o problema de compatibilidade foi resolvido, mas e a latência da NAND flash? Simples, os chips trazem uma pequena quantidade de memória DRAM, que serve como um buffer inteligente para acelerar a gravação e a leitura dos dados na memória flash.
Diferença de latência entre o MCS e o PCIe. (Fonte da imagem: Reprodução/ExtremeTech)
A principal vantagem desse sistema é que as placas de memória podem ser adaptadas em um slot DDR3 normal. Com isso, resolve-se outro problema, que é a alta latência da interface PCI-Express.
O objetivo principal desse sistema não é substituir a memória DRAM completamente, mas diminuir consideravelmente o tempo de acesso às unidades de armazenamento, sejam elas SATA ou PCI-Express. Com isso, é possível aumentar incrivelmente a eficiência do sistema como um todo.
Quem precisa desse tipo de memória?
É claro que os consumidores comuns não vão precisar desse tipo de produto em seus computadores. Por outro lado, companhias que trabalham com bancos de dados gigantescos e que precisam ser processados com muita velocidade devem se beneficiar muito com esse tipo de tecnologia.
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