Em 2012, um dos maiores sites de armazenamento de arquivos da internet foi fechado: o Megaupload, criado pelo empresário excêntrico Kim Dotcom, que levava uma vida de rei e foi preso logo em seguida. Cinco anos depois, parte do acervo da página foi deletado sem dó, mas muitos dados permanecem no limbo — e não são poucas as pessoas que querem eles de volta.
Isso porque o Megaupload também era local para várias pessoas guardarem arquivos legalizados, não apenas filmes para baixar e outras formas de pirataria (motivo pelo qual ele foi exterminado). O site Arstechnica conta a história de Kyle Goodwin, que guardava no site vídeos de partidas esportivas do site OhioSportsNet, inclusive pagando o plano Premium para ter mais espaço.
Quando Dotcom foi preso e os servidores confiscados, Goodwin ficou sem boa parte de suas memórias e de seu sustento, especialmente porque seus backups físicos foram danificados nesses cinco anos.
Uma verdadeira saga
Sua mais recente tentativa foi iniciar uma petição em uma corte dos Estados Unidos para tentar obrigar o governo a devolver os dados aos usuários. Ele tenta fazer isso desde o fechamento do site, há cinco anos, mas sempre teve os pedidos negados pelo governo. Atualmente, os servidores confiscados do Megaupload pertencem a um fundo chamado QTS Realty Trust e estão guardados em um armazém.
A nova estratégia é apelar para o conceito de "propriedade digital de valor", já que ele e outros ex-clientes do Megaupload de fato foram prejudicados pelo confisco dos dados. Caso a petição seja aceita, o caso pode ser usado como precedente judicial na devolução de outros arquivos.
A interface clássica do Megaupload.
"Se o governo toma controle do seu banco, ele não tem direito de manter as joias da sua família que você guardava no cofre. Existe um procedimento para você ter as suas coisas de volta, e você tem o direito à mesma proteção para seus dados", diz o texto da petição. O processo não tem data para voltar a ser avaliado.
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