(Fonte da imagem: Reprodução/Wikipédia )
Há um ano, as pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de uma forma sintética do perigoso vírus H5N1 (gripe aviária) — que pode matar metade da população infectada, mas não pode ser transmitido naturalmente entre humanos — foram interrompidas por serem consideradas perigosas demais. Entretanto, de acordo com o The Guardian, os cientistas acabaram de receber permissão para reiniciar os trabalhos.
Segundo a publicação, em um primeiro momento a pausa deveria ter durado apenas dois meses. Contudo, devido à natureza controversa da pesquisa, os cientistas tiveram que enfrentar uma dura batalha, durante a qual foram obrigados a descrever detalhadamente quais seriam as medidas e os protocolos de segurança adotados para minimizar possíveis riscos de contaminação a diversas organizações de saúde e governos de todo o mundo.
Experimentos controversos
Apesar de terem recebido a aprovação de diversos países para voltar às pesquisas, muitos outros locais continuam desconfortáveis com relação a possíveis problemas com a biossegurança, vigilância e divulgação de detalhes referentes aos resultados do estudo. E com toda razão. Além da óbvia preocupação de que informações que deveriam ser mantidas em segredo acabem caindo nas mãos de bioterroristas, diversos experimentos envolvem a contaminação pelo vírus.
Por outro lado, apesar do potencial risco de matar metade da população mundial no caso de uma hipotética contaminação, os pesquisadores afirmam que os experimentos podem ajudá-los a entender o funcionamento do vírus que causa a gripe aviária, como se dá a transmissão em mamíferos e quais seriam as formas de evitar e até de enfrentar uma pandemia.
Risco de pandemia
Segundo os pesquisadores, na natureza o H5N1 que infecta os pássaros está se tornando cada vez mais parecido com os vírus que infectam os mamíferos. Portanto, não realizar os experimentos em laboratório também pode se tornar um grande risco.
Até o momento, a proposta de publicar estudos editados ou com resultados omitidos foi recusada pelos cientistas envolvidos, e os países que não contam com uma estrutura apropriada para esta classe de experimentos ou que ainda não chegaram a uma conclusão com relação às condições de segurança que devem ser estabelecidas foram aconselhados a não reiniciar as pesquisas.
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