Google revela detalhes sobre a bizarra visita à Coreia do Norte

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Imagem de: Google revela detalhes sobre a bizarra visita à Coreia do Norte

(Fonte da imagem: Reprodução/Sophie Schmidt )

Eric Schmidt, presidente do conselho executivo da Google, atraiu bastante atenção da mídia graças a um post cuidadosamente elaborado sobre a sua visita à Coreia do Norte, no qual dá a sua opinião com relação ao controle exercido pelo governo sobre o que a população pode ou não pode acessar pela internet.

Segundo Eric, o uso da internet é supervisionado — as pessoas só podem acessar a rede quando existe alguém observando —, e apenas o governo, o exército e as universidades têm acesso a ela. Contudo, se trata de uma intranet privada, e a informação que circula por ela seguramente é manipulada pelo Estado.

O presidente da Google acredita que a decisão de manter a Coreia do Norte virtualmente isolada em um mundo cada vez mais conectado terá grandes consequências para o desenvolvimento e crescimento econômico do país. Entretanto, uma publicação feita por Sophie Schmidt, filha de Eric e membro da delegação que visitou o país asiático, está dando o que falar. E não por ter sido tão comedida quanto o pai ao dar a sua opinião.

“Show de Truman” da vida real

(Fonte da imagem: Reprodução/Sophie Schmidt )

Sophie soltou o verbo, descrevendo a viagem à Coreia do Norte como uma experiência muito — muito — estranha, e a situação vivida pelos norte-coreanos como uma versão do filme “O Show de Truman” da vida real, mas em uma escala muito maior. Segundo Sophie, a visita foi uma mistura de encontros ensaiados e visitações orquestradas, sem qualquer interação com pessoas que não haviam sido previamente aprovadas pelo Estado.

Um exemplo foi a visita da delegação à biblioteca de uma das universidades, durante a qual centenas de estudantes diante de computadores pareciam simplesmente estar sentados lá, sem fazer qualquer coisa ou mostrar a mais mínima reação. Salvo alguns raros cliques, a grande maioria apenas encarava a tela, e o mais assustador foi que nenhuma dessas pessoas trocou um olhar sequer ou fez qualquer sinal de reconhecimento com relação aos visitantes, agindo como se fossem bonecos ou manequins.

Bolha

(Fonte da imagem: Reprodução/Sophie Schmidt )

Sophie afirma que a população é refém de seu próprio governo e nem sequer tem consciência disso, já que é ensinada a acreditar que conta com muita sorte por residir nesse país. Além disso, o povo vive em uma espécie de bolha “anti-informação”, que o mantém quase totalmente isolado. Nenhum dos membros da delegação levou computadores ou celulares à visita, pois foram informados de que esses equipamentos seriam confiscados.

Mas além de não poder levar seus eletrônicos ao país, a delegação também foi aconselhada a ficar atenta com relação às escutas, plantadas em todos os lugares. E Sophie inclusive dá dicas para quem deseje se aventurar e visitar a Coreia do Norte algum dia: se tiver oportunidade de ir, vá, mas prepare-se para uma viagem muito, muito estranha, pois nada do que você tenha lido ou visto antes sobre esse país poderá prepará-lo para a realidade.

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