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O desenvolvimento de comida artificial não é nenhuma novidade, e existem vários cientistas em todo o mundo trabalhando nesse sentido. Segundo uma notícia publicada pelo El Mundo, que conversou com o cientista holandês Mark Post, deve ser concluído, ainda este ano, o desenvolvimento do primeiro hambúrguer de carne bovina sintética do mundo.
Post trabalha com a produção de carne em laboratório a partir de células-tronco extraídas do tecido muscular do animal. O principal objetivo desse tipo de produção é reduzir o forte impacto ambiental provocado pelo setor pecuário, responsável por 18% das emissões mundiais dos gases de efeito estufa.
As células-tronco do tecido muscular de bovinos são cultivadas a partir de uma dissolução com nutrientes, para a qual é necessária uma quantidade entre duas e três mil fibras do tecido. As fibras, que apresentam uma coloração esbranquiçada devido à ausência de sangue, são então misturadas com gordura artificial para que fiquem com uma textura semelhante à da carne animal.
(Fonte da imagem: Reprodução/El Mundo)
Mesmo sabor e textura?
Post afirmou que, tão logo tenham a carne pronta, o próximo passo será trabalhar com o sabor e a textura do alimento. Existem vários aditivos que podem tornar o hambúrguer sintético mais apetitoso, como colorantes e injeções de proteína para deixar a carne com uma coloração mais avermelhada.
Entretanto, um dos maiores desafios é conseguir que o produto apresente a mesma consistência do hambúrguer natural, já que a carne de laboratório não se exercita como os animais de verdade. Para isso, o cientista sugere a aplicação de impulsos elétricos para deixar a carne sintética mais “tensa”.
Produção em grande escala
De acordo com Post, ainda deve demorar um pouco até que seja possível comercializar o hambúrguer sintético em grande escala devido ao seu alto custo de produção. Porém, tudo parece indicar que este tipo de alimento cultivado não deve apresentar nenhum risco à saúde e deve ser apto para o consumo humano.
A proposta de comer carne sintética não parece lá muito atraente, especialmente por ainda não sabermos como será o seu sabor ou textura, muito menos se será seguro consumir esse tipo de alimento. Contudo, caso as estimativas de que a demanda global de carne deve aumentar em 60% até o ano de 2050 sejam confirmadas, é melhor que encontremos alguma solução se não quisermos ver o bom e velho churrasquinho se transformando em um produto de luxo.
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