A ideia de autômatos minúsculos capazes de restaurar partes humanas comprometidas está por aí há um bom tempo — embora tenha experimentado um crescimento apreciável nos últimos anos. Entretanto, um dos maiores desafios da nanotecnologia associada à proposta sempre foi a forma de alimentação dos pequenos robôs. Bem, e que tal se fosse utilizada alguma substância que já estivesse presente no corpo humano?
Essa foi justamente a solução encontrada por cientistas da Universidade da Califórnia. Os microrrobôs desenvolvidos pelos pesquisadores medem 20 micrômetros e tem como “combustível” o ácido estomacal.
Um veículo para medicamentos
Testes conduzidos com ratos mostraram que as pequenas estruturas tubulares de polímero revestido por zinco reagem com o ácido no estômago, liberando bolhas de hidrogênio que, por fim, permitiram que as estruturas depositassem cargas de nanopartículas de ouro diretamente no revestimento estomacal dos animais.
Parede do estômago humano em corte transversal
Trata-se da primeira vez que um teste dessa natureza é conduzido com sucesso em organismos vivos — em vez de ocupar apenas placas de Petri. Os resultados atestam que é possível utilizar o procedimento para depositar compostos químicos nas paredes do estômago. Esses compostos, naturalmente, bem poderiam ser uma infinidade de medicamentos, particularmente aqueles que precisam ser injetados em vez de engolidos.
Enfim, certamente algo animador e, convenhamos, quase tão surpreendente quantos os nanorrobôs que transformaram aquela famigerada barata em um computador de 8 bits. Ou, ainda, quase tão animador quanto as minúsculas aranhas capazes de reconstruir vasos sanguíneos. Isso para não falar em nanopropelentes controlados magniticamente e... Enfim. O futuro deve ser uma criatura sintética minúscula perambulando pelo seu corpo. E isso é incrível.
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