(Fonte da imagem: Pixabay)
De acordo com uma notícia divulgada pelo MIT — Massachusetts Institute of Technology —, uma equipe de pesquisadores da instituição conseguiu “fabricar” tecido cardíaco funcional através de um dispositivo originalmente utilizado para criar circuitos integrados. Segundo a nota, já existem vários avanços no sentido de produzir órgãos em laboratório para serem utilizados em transplantes, mas até agora essa tecnologia se limitava a tecidos mais simples.
O tecido cardíaco, por outro lado, é bem complexo, o que significa que produzir esse material em laboratório é um desafio enorme. Isso porque, se as células do tecido muscular não se encontram organizadas de maneira precisa, então essa estrutura não será capaz de desempenhar corretamente o papel de bombear o sangue.
Para contornar esse problema, os pesquisadores criaram camadas ultrafinas compostas de um polímero conhecido como “bioborracha”, contando com microperfurações retangulares de dimensões uniformes. Depois, os cientistas adaptaram o equipamento para a produção de circuitos integrados de maneira que cada camada fosse posicionada uma sobre a outra de forma precisa.
Padrão específico
(Fonte da imagem: Reprodução/MIT Technology Review)
Após determinar qual padrão era o mais adequado, os poros foram alinhados de maneira que formassem pilhas de tecido muscular entrelaçadas depois da introdução de células musculares de ratos adultos e células cardíacas de ratinhos bebês. Além disso, ao controlar o alinhamento dessas pilhas, os pesquisadores conseguiram reproduzir um tipo de tecido que imita o coração de forma precisa, capaz de pulsar em resposta à estimulação elétrica.
Ainda existem várias questões técnicas que precisam ser solucionadas antes que a produção de tecido cardíaco possa ser realizada em grande escala. Um dos problemas é que, para que possa ser implantado em humanos, o tecido precisa ser muito mais espesso, o que significa que os cientistas terão que encontrar uma forma de criar uma rede de vascularização que mantenha esse material vivo.
Por outro lado, os cientistas afirmam que esse grau de controle sem precedentes sobre o desenvolvimento de células abre uma nova dimensão de possibilidades. O próximo passo será testar a viabilidade do tecido em ratinhos que tenham sofrido ataques cardíacos e, depois, vencer as questões técnicas para que em um futuro próximo seja possível aplicar a técnica em humanos.
Via Megacurioso