Imagens mostram a córnea achatada após viagem espacial. (Fonte da imagem: Reprodução/Radiological Society of North America)
Astronautas têm mais chances de ficar cegos. É o que diz um estudo conduzido por Larry Kramer, da Texas Medical School, nos Estados Unidos. De acordo com o pesquisador, viagens espaciais causam danos aos tecidos do olho, podendo levar até mesmo à cegueira.
Vinte e sete pessoas, que estiveram no espaço por mais ou menos 108 horas, passaram por um exame de ressonância magnética. O resultado foi espantoso: do total, quatro estavam com o nervo óptico inchado, três deles apresentavam ranhuras na membrana do nervo e seis estavam com a curvatura da córnea achatada.
Sintomas semelhantes definem a condição médica denominada “hipertensão intracraniana idiopática”, causada pelo aumento de pressão no crânio, e que pode levar à perda total da visão. Sabe-se que a ausência de gravidade aumenta a circulação de sangue na região da cabeça. Portanto, de acordo com Kramer, a doença e os sintomas apresentados pelos astronautas podem sim apresentar uma relação.
O possível risco à visão provocado pelas viagens espaciais colocou a comunidade científica em alerta. Jason Krig, da Embry-Riddle Aeronautical University, na Flórida, questiona o quão deteriorados ficarão os nervos ópticos dos astronautas que participarem de missões de exploração a Marte, que podem ter uma duração de até três anos.