Diferente do que acontece nas mulheres, que produzem apenas um óvulo durante o ciclo reprodutivo, os homens são “máquinas de espermatozoides”. Portanto, produzir um método contraceptivo que tenha a mesma eficácia da pílula é uma tarefa desafiadora e complicada.
Entretanto, um anticoncepcional produzido na Índia pelo cientista Sujoy Guha parece ter resolvido o problema. Uma injeção chamada RISUG (reversible inhibition of sperm under guidance, ou “inibição reversível de espermatozoides sob orientação”) traz eficácia de 100% e funciona durante 10 anos, garantem os testes.
Polímero usado no RISUG (Fonte da imagem: Male Contraception Information Project)
Diferente do que acontece na vasectomia, o médico responsável não corta os canais de comunicação do espermatozoide até a “liberdade”. Porém, você vai precisar receber uma injeção no local (ok, nada agradável), para que os polímeros estejam bem localizados na hora de destruir os “nadadores” masculinos.
Esses polímeros, carregados positivamente, ficam sempre naquele lugar onde foram injetados, porém sem bloquear a passagem do líquido seminal. Todavia, se algum espermatozoide passar por ali, este é destruído, uma vez que possui um carga negativa. É essa diferença de polaridade que não dá chance aos reprodutores masculinos, porém não traz nenhum efeito colateral.
Para reverter o processo, basta que a pessoa volte ao consultório e repita o mesmo procedimento das injeções, dessa vez com medicamentos capazes de destruir os polímeros localizados nas paredes dos canais.
Funcionamento do RISUG (Fonte da imagem: Male Contraception Information Project)
Apesar de trazer mais benefícios do que uma intervenção cirúrgica, o RISUG não conta com apoio maciço das empresas farmacêuticas, uma vez que é barato e em dose única, que dura por muito tempo. Entretanto, uma fundação privada está buscando por aprovação do produto nos Estados Unidos.
Enquanto isso, a última fase de testes será realizada na Índia (apenas com pacientes indianos), antes que o RISUG seja aprovado no país. Caso os testes sejam bem sucedidos, o medicamento será liberado para o resto da Índia nos próximos anos.
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