Uma das consequências mais agressivas do câncer de língua é que, em alguns casos, o paciente é forçado a remover partes de sua mandíbula — ou retirá-la totalmente (algo que aconteceu com o famoso crítico Roger Ebert). É por essa situação que passou Shirley Anderson, que em 1998 detectou um tumor cancerígeno em sua língua.
Apesar de Anderson ter tentado um implante de rádio para recuperar parte de sua mandíbula, o procedimento não funcionou como deveria. Ele também tentou uma prótese tradicional de argila, que se mostrou grande e desconfortável demais para ser uma solução prática — e é nesse ponto de história que entra a tecnologia de impressoras 3D.
A prótese gerou um novo processo de trabalho conhecido como "Shirley Technique"
O Dr. Travis Bellicchi criou um modelo digital da face de Anderson, que serviu como base para uma prótese adaptada a suas características construída em materiais leves. Como consequência do projeto, foi criado um novo processo de trabalho conhecido como “Shirley Technique”, que combina métodos tradicionais e digitais para criar substitutos para partes do corpo em tempo recorde.
“Minha motivação para usar materiais tradicionais decorre de sua previsibilidade, sua biocompatibilidade e pela pesquisa que há por trás deles. Também sabemos como fazer para que eles se tornem mais próximos da vida real”, afirmou Bellichi em uma entrevista à Universidade de Indiana. Até o momento, o método já foi usado em seis outros pacientes, incluindo um homem que recebeu próteses de orelha produzidas em somente seis semanas.
Fontes