Uma mulher do Texas pode ser a primeira pessoa a recuperar sua visão com a ajuda de uma técnica que não envolve a utilização de dispositivos eletrônicos para substituir seus olhos defeituosos. No lugar disso, ela terá a chance de voltar a enxergar através de uma terapia que utiliza uma tecnologia chamada optogenética.
A terapia, como o nome indica, combina tratamentos de luz e genética; nesse caso, por exemplo, para criar células capazes de sentir a luz, algo ausente nos olhos da paciente. Segundo o artigo publicado pela Clinical Trials, tanto ela quanto outros candidatos à terapia atualmente em testes são vítimas de uma doença degenerativa chamada Retinitis Pigmentosa: vítimas dela possuem células sensíveis à luz que vão morrendo com o passar dos anos e, uma vez que são vitais para que alguém enxergue, deixam os pacientes totalmente cegos.
Para tal, a paciente teve um olho injetado com vírus carregando DNA de algas sensíveis à luz, que devem ativar as “células gangliônicas” do órgão. A ideia, com isso, é que essas células passem a ser sensíveis a luz e substituam a função dos cones e bastonetes de nossos olhos, enviando sinais elétricos em resposta à luz.
Caminhando a pequenos passos
É importante avisar, contudo, que a técnica não vai devolver a ela uma visão perfeita. No lugar disso, a equipe tem como objetivo devolver à paciente uma visão parcial para um olho que não possui qualquer percepção de luz. Segundo David Birch, um dos doutores envolvido na terapia, a paciente terá o suficiente para coisas pequenas, mas importantes para o dia a dia, como saber se há alguém no mesmo cômodo que ela ou poder atravessar a rua.
Outras limitação prevista pelos cientistas é a incapacidade do olho em se adaptar à iluminação do ambiente, resultante da retina não conseguir reagir à luz corretamente. Caso isso ocorra, a paciente pode ser obrigada a utilizar óculos que façam esses ajustes por ela.
Antes mesmo disso, os cientistas têm que descobrir se a tecnologia foi bem sucedida ou não em sua tarefa. O processo todo deve levar em torno de um ano, em que serão analisados efeitos colaterais – bem como se ela recuperou ao menos parte da visão ou não. Três novas doses da terapia também podem ser aplicadas ao longo desse período.
Com isso, resta esperar para ver os resultados. E vamos torcer que eles sejam muito melhores do que os esperados pelos cientistas.
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