Cientistas do Laboratório Blackett, vinculado ao Colégio Imperial de Londres, acreditam ter desenvolvido um modelo teórico capaz de fazer com que um laser aqueça um objeto a uma temperatura superior ao do núcleo do Sol em uma fração de segundos.
Um laser faz com que um objeto fique quente através da transferência de energia para alguns dos elétrons presentes naquele material. Esses elétrons então transferem essa energia para os íons, que são átomos carregados presentes na maior parte da matéria. Essa transferência “por partes” torna o processo de aquecimento lento e menos eficiente, e é aí que o modelo teórico entra em cena.
Em teoria, seria possível fazer com que os íons se aquecessem diretamente, tornando o processo pelo menos uma centena de vezes mais rápido. No entanto, para que isso pudesse acontecer, seria preciso eliminar da equação um efeito físico conhecido como “ondas de choque eletrostáticas”.
Ondas de choque eletrostáticas
Elas empurram os íons e fazem com que eles se acelerem, mas sem que fiquem aquecidos ao longo do processo. Utilizando como base o modelo teórico calculado por um supercomputador, a equipe de pesquisadores acredita que é possível usar essas ondas para fazer com que esses íons se aqueçam diretamente.
Para isso, seria necessário empregar um material que possuísse diferentes tipos de íons, e que por isso se deslocassem em velocidades diferentes. Isso causaria fricção entre os diferentes átomos carregados enquanto eles colidissem uns contra os outros, o que por sua vez aqueceria o objeto muito rapidamente e faria com que ele alcançasse temperaturas impossivelmente elevadas.
Esse basicamente é o processo de fusão nuclear, que é o que dá origens às estrelas. Átomos de hidrogênio se chocam a temperaturas acima das dezenas de milhões de graus Celsius para formar hélio. Com os ajustes certos, esse novo laser poderia fazer a fusão acontecer em um ambiente controlado, gerando energia autossustentável e praticamente infinita. O dispositivo supostamente capaz de realizar algo assim ainda não foi construído, mas caso se prove viável, poderá resolver de vez a questão energética no mundo.
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