Uma equipe de cientistas norte-americanos desenvolveu um novo tipo de fibra ótica, tendo em seu interior o seleneto de zinco – um componente químico amarelado que possui propriedades semicondutoras. O novo formato de fibra permite que a luz seja manipulada de forma mais eficiente, podendo gerar tecnologias mais avançadas para lasers, infravermelhos e equipamentos médicos.
O grupo de pesquisadores da Universidade Penn State, liderado pelo professor de química John Badding, deve publicar os resultados alcançados com protótipos na revista científica Advanced Materials. Este padrão de fibra ótica conseguiu melhores resultados do que o modelo atual devido à substituição do vidro pelo composto de zinco.
“O vidro tem um arranjo de átomos aleatório. Por outro lado, o seleneto de zinco é altamente ordenado, o que permite que a luz seja transportada por comprimentos de onda mais elevados, especialmente no infravermelho médio”, explicou Badding – conforme publicação da Agência FAPESP.
O elemento básico do vidro, a sílica, não conduz corrente elétrica – diferentemente do componente químico adotado pelos pesquisadores dos EUA. “Sabemos, há muito tempo, que se trata de um composto de muita utilidade em potencial, capaz de manipular luz de maneira impossível para a sílica. A questão era conseguir aplicar o seleneto de zinco numa estrutura de fibra, algo que até então não havia sido feito”, completou o cientista.
A nova fibra ótica permitirá o desenvolvimento de cabos que sirvam para a criação de lasers infravermelhos. Os responsáveis pelo projeto explicitam que a novidade mostrou grande utilidade para detectores de materiais tóxicos, radares e máquinas para a realização de cirurgias.