Poucas são as marcas que, ao serem pronunciadas, geram aquele estranho sentimento de “familiaridade” aos ouvidos de quem escuta ou lê. Até mesmo os que não dominam o vasto universo da tecnologia certamente reconhecem a palavra Kingston, marca que se consagra cada vez mais no mercado – no ramo de memórias, seu habitat natural, e também em outros segmentos da tecnologia.
Para constatar isso “na pele”, o Tecmundo conversou com Gerardo Rocha, diretor-executivo da Kingston do Brasil. Natural da Cidade do México, o executivo atua na empresa há seis anos, tendo assumido primeiramente a função de gerente de contas corporativas da companhia no México. Depois, tornou-se gerente de SSDs para a América Latina. Em 2012, Gerardo finalmente transferiu-se ao Brasil para comandar o relacionamento com os distribuidores em toda a região.
Hoje, o mexicano é diretor-executivo da marca no Brasil, sendo responsável por administrar a equipe comercial da Kingston em todo o país, com participação nos mercados de distribuição, varejo e contas corporativas.
O espírito descontraído de Gerardo – bem como o de toda a equipe da companhia – acaba se refletindo nos produtos da marca, os quais, de acordo com o executivo, “têm uma relação de afeto” com o consumidor. Confira na íntegra a entrevista que o Tecmundo realizou com Gerardo!
Gerardo, para quebrar o gelo, há quanto tempo exatamente você está no Brasil? Como está sendo o aprendizado do português, por exemplo, que é uma língua bem difícil? E sua experiência geral por aqui?
Acho que em março fará dois anos que estou aqui. Antes de vir para o Brasil, peguei alguns cursos de idioma através do iPod, coloquei no carro durante o trânsito e aproveitei esse período para escutar sentenças.
Aliás, o trânsito aqui é meio complicado, mas lá no México é pior! O tempo médio para se deslocar de um local a outro é de uma hora lá, e o pessoal não é tão respeitoso assim.
Eu já havia passado pelo Brasil antes de morar aqui. Estou na Kingston há seis anos, comecei lá no México. A diferença é grande, ainda que brasileiros e mexicanos sejam muito parecidos. Vocês são muito receptivos. Acho que, bem, alguns dizem que o México apoiou o Brasil na Copa de 70 (risos), mas no geral é isso, o pessoal do Brasil é muito simpático. Quando eles percebem que você está falando em espanhol, tentam falar assim também, te acompanhar, e às vezes isso até atrapalha, na verdade! Mas é bom, as pessoas têm uma empatia natural com mexicanos. O período aqui tem sido excelente.
Antes de falarmos sobre as novidades da Kingston durante a CES, você, tendo vindo do México, percebeu diferenças de mercado entre lá e o Brasil? Eu digo, no que diz respeito à força da marca Kingston?
Afortunadamente, a Kingston é uma marca muito querida na América do Sul, vista de forma menos corporativa, diferentemente do que ocorre em outros locais. O que vejo é que a Kingston, na região da América Latina, se aproxima mais do consumidor, tem uma relação de afeto com ele.
Quando você fala com as pessoas, as revendas, os distribuidores, existe uma familiaridade pela marca, e isso é muito importante para o trabalho que tem sido feito. É um esforço coletivo em que todas as partes fazem as coisas da maneira certa, em que o relacionamento é próximo e natural. A marca é vista como algo popular, com a qual todos têm alguma familiaridade, e isso fortalece nossa presença com uma visão menos corporativa aqui na América do Sul de um modo geral.
Normalmente, as pessoas veem Kingston apenas como fabricante de memórias, principalmente aqui. É claro que essa é a maior força da marca, mas existe um catálogo de produtos que cada vez mais se amplia no mercado – corporativo e voltado ao consumidor final.
Essa força da marca, agora falando em escala mundial, foi demonstrada em Las Vegas durante a CES, no começo de janeiro. Pudemos sentir “na pele” o quão forte é a marca. Hoje a Kingston atua em quantos países?
A Kingston está presente em 125 países. Temos também um número grande de pontos de venda no mundo, depois confirmo esse número [30 mil]. Vendemos cerca de 1 milhão de pendrives por dia em escala mundial.
Há países com mais força em determinado tipo de produto, existe uma variação. A região da América Latina, por exemplo, é muito forte no consumo de pendrives. As pessoas utilizam bastante.
Já nos países europeus, os SSDs estão se tornando cada vez mais comuns. O mercado de lá está se adaptando mais rapidamente à tecnologia. Muitos de nossos produtos têm garantia vitalícia, existe um suporte antes, durante e depois da venda, e isso se reflete em todos os países nos quais a Kingston atua.
Vimos novidades em SSDs, a linha HyperX, e percebemos que a Kingston se consagra cada vez mais em outros setores de hardware, inclusive com linhas de headsets para gamers e tudo mais. Sabemos que ainda não há muitas informações ou previsões para esses novos produtos, mas você conseguiria falar um pouquinho mais dessas novidades?
A linha HyperX já atua no mercado há muito tempo [11 anos] e é bastante consagrada lá na Europa, principalmente na Rússia. Estamos fazendo muitas ações focadas em gamers na América Latina.
O Brasil é um país muito importante para a gente. Sabemos que hoje é o quarto maior mercado de games do mundo. Sabemos que o desempenho de jogo é o quesito mais importante para os jogadores, para a experiência que eles podem ter jogando. Tudo aquilo que pode ser feito num computador não pode ser feito num console, por exemplo.
O mercado de hardwares não para, está em constante crescimento. Queremos ajudar a modificar mais ainda a experiência dos jogadores. Vocês viram em Las Vegas nosso fone de ouvido, fabricado em parceria com a Suécia, e estamos expandindo a linha para entregar muitas coisas até o final deste ano, inclusive SSDs de 1 TB e mais.
Outras marcas devem começar a entrar no ramo de memórias, a exemplo da Toshiba, que também mostrou uma linha forte na CES. Como enfrentar a concorrência num mercado cada vez mais acirrado?
O mercado de memórias está se consolidando. Uma força que a Kingston tem dentro dele é o fornecimento. Às vezes, não é fácil para uma marca nova lidar com isso. Qualquer marca, na verdade.
A nosso favor, há também o fato de termos construído e estabelecido uma base mundial, o que torna contínua a relação com os consumidores. Temos o trabalho com o canal, a parceria, o relacionamento com os clientes, a presença local. Ajudamos o cliente antes de ele fazer a compra, durante a compra e no pós-venda. Tentamos entender as características adequadas a cada perfil para detectar a necessidade.
Todo esse suporte é hoje um fator de peso para o cliente. A presença local e o canal que a Kingston tem estabelecido em todos esses 125 países em que a marca está presente certamente definem nossa filosofia.
Mudando um pouquinho de assunto, ficamos sabendo que você curte esportes radicais. Gosta dos aquáticos? Porque nesse calor do Saara dá para aproveitar bastante!
No México, eu praticava escalada. No Brasil, comecei a fazer isso também, mas aqui tem muito mar! Então iniciei windsurf na Represa Guarapiranga. Também fui para Ilhabela, cidade muito bonita, apesar dos borrachudos.
Agora estou tentando aprender a surfar. Todo final de semana vou para as praias [nas proximidades de São Paulo], estou aprendendo. Você vê outras pessoas fazerem e só de olhar consegue pegar alguma coisa, percebi que é bem comum por aqui.
Eu nunca tinha experimentado um mar tão quente. Achei a água bem quente! Já fiz rapel e aulas de mergulho também. Gostei de ter praticado, é outro esporte comum por aqui, há muitas pessoas fazendo.
Obrigado pelo seu tempo, Gerardo. Para fechar, algum recado para os consumidores brasileiros?
Acho que uma mensagem bacana é que as pessoas absorvam a tecnologia e tenham computadores que não necessariamente sejam superpoderosos, mas bem alinhados. Se você tem uma baita placa-mãe mas não tem memória suficiente, vai ter gargalo. Se você tem um processador cuja frequência não trabalhe bem com os demais componentes, vai ter gargalo. Assim é a computação: deve estar equalizada. Só assim a experiência do usuário final fica satisfatória.
Muito obrigado e um grande abraço!
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