Os filmes de ficção científica (também conhecidos como sci-fi) são um celeiro de inovações tecnológicas, sejam elas realistas ou mirabolantes. Entre erros e acertos, os seus roteiristas conseguem (ou tentam, pelo menos) enxergar o futuro de anos ou décadas à frente.
Sensor está ajudando a romper fronteiras tecnológicas (Fonte da imagem: Divulgação/Microsoft)
No primeiro dia do mês de junho de 2009, a Microsoft anunciava o Kinect, um sensor que possibilita jogar seu video game, o Xbox 360, sem nenhum controle, possibilitando assim uma nova geração de produtos que não necessitam do contato humano para serem comandados.
O Kinect por si só pode ser considerado uma revolução tecnológica, mas algumas pessoas enxergam nele um grande potencial que extrapola a área de games. Elas estão tornando realidade algumas previsões de filmes sci-fi. Confira aqui o que andam aprontando.
1. Star Wars fazendo escola
Os hologramas têm presença garantida nos filmes de ficção científica. As projeções de imagem em 3D fazem parte de filmes sci-fi desde que a princesa Leia apareceu em forma holográfica no filme Star Wars IV: Uma Nova Esperança.
Mas os cientistas nunca conseguiram trazer os hologramas para a nossa vida, transpondo a barreira entre imaginação e realidade (não como aparecem em filmes, pelo menos).
A rede de TV americana CNN até chegou perto nas eleições para presidente de 2008, quando a projeção em 3D de uma correspondente apareceu no estúdio da emissora com a ajuda de 44 câmeras HD e 20 computadores, um número grande de componentes para permitir o uso de hologramas em maior escala.
"Ajude-me Obi-Wan Kenobi. Você é minha única esperança." (Fonte da imagem: Reprodução)
O vídeo abaixo foi produzido por um hacker que conseguiu criar um holograma apenas com um monitor de TV e um Kinect. Não importa o ângulo de que você olhe para o helicóptero, o efeito será o mesmo.
Em sua página no YouTube, o hacker afirma que isso foi possível porque o Kinect detecta a posição da cabeça de quem está olhando e o software ajusta a imagem para dar a ilusão de um objeto em pé sobre o monitor.
2. Procurando John Connor
A humanidade teme que, um dia, os robôs se tornem autoconscientes e queiram se rebelar contra nossa raça. Por isso, nós enxergamos com cautela os avanços na área da robótica. O medo pode ter surgido a partir de filmes como O Exterminador do Futuro, que retrata de forma sombria um futuro em que máquinas assumirão o comando do planeta.
Um dos maiores pesadelos da saga recebe o nome de Hunter-Killer, um tipo de robô de guerra autônomo que compõe a maioria dos “soldados” da Skynet. São diversos tipos dessas máquinas, entre elas aranhas mecânicas, tanques de guerra, barcos e um avião de observação não tripulado, que serve para caçar humanos – um em especial: John Connor, o líder da possível rebelião contra a Skynet.
Soldados da Skynet, os Hunter-Killers são todos autônomos (Fonte da imagem: Reprodução)
Um pesquisador da Universidade da Califórnia criou um protótipo de Hunter-Killer voador, inserindo um Kinect em um quadrotor (um helicóptero com quatro motores) fazendo-o voar de forma autônoma (!) e desviando obstáculos.
O Kinect faz o mapeamento do ambiente e esses dados são enviados para o computador a bordo. Com base nessas informações, um software pilota e controla a elevação do helicóptero. O sistema de captura de movimento é usado para fornecer o grau de liberdade necessário para o objeto.
O computador faz backup do sensor, no caso de algum problema com o produto da Microsoft. Só esperamos que eles não inventem de fazer testes com armas em uma geringonça voadora autossuficiente.
3. O olho que tudo controla
Muito antes da Skynet, nossos pais ou avós já sentiam temor por sistemas que pensam de forma autônoma. A culpa é de Arthur Clarke, autor de 2001: Uma Odisseia no Espaço. A história (lançada em livro e depois imortalizada no cinema) nos apresenta HAL 9000, um computador com inteligência artificial que comanda a nave Discovery One.
O sistema independente descobre um plano dos tripulantes para desliga-lo e resolve matar todos que ameaçam sua existência. HAL 9000 tinha a capacidade de rastrear seres humanos com suas câmeras.
Hall 9000 aprendeu a reconhecer formas humanas e a rastreá-las... (Fonte da imagem: Reprodução)
Este hack para Kinect tem as habilidades de HAL 9000, e sua forma lembra o olho de Sauron, aquele olhar flamejante do vilão de O Senhor dos Anéis. O globo ocular assustador do hack acompanha o movimento de quem passa por sua câmera, além de reconhecer formas humanas. Medo.
Já este hack aprende a reconhecer objetos e também fala:
E este, até que simpático, mas não menos ameaçador, pergunta como você está. Evite chegar perto dele, para que sua hostilidade não aumente consideravelmente.
Apesar de causarem receios e temores, os computadores que pensam por conta própria estão mais longe do que pensaram nossos antepassados.
Portanto, esses hacks podem servir para melhorar a inteligência artificial de games, que continuam mais burros do que queríamos. Entre os avanços que podemos esperar está a capacidade dos inimigos assimilarem qual a melhor arma para usar contra você e, até mesmo, entender seu estilo preferido de jogar.
4. Kinect? Era você?
Minority Report é um filme lançado em 2002 que conta uma história do futuro, mas precisamente em 2054. O filme retrata a nossa sociedade meio século à frente e o diretor do filme, Steven Spielberg, precisou reuniu 16 especialistas em futuro para imaginar como seria o mundo nessa época. Dentre outras coisas, eles tentaram fazer uma previsão das interfaces gráficas.
O que eles vislumbraram foi uma tela gigante comandada de longe apenas com gestos manuais (Kinect, oi?). A interface ficou famosa e se tornou um destaque do filme, tanto por sua beleza quanto pelas funcionalidades.
Minority Report prevendo o futuro das interfaces gráficas (Fonte da imagem: Reprodução)
Se em 2002 o Kinect já estivesse à venda, nós acharíamos que o Minority Report usou seu sensor para fazer a interação com as telas no filme. O hack mostrado no vídeo abaixo é capaz de controlar uma interface de forma similar ao filme, usando apenas os dedos no ar.
Apesar do sensor da Microsoft não conseguir captar o movimento dos dedos de forma individual (apenas da mão inteira), ele pode ser modificado para que cada dedo realize uma função diferente.
Já esse hack do vídeo abaixo executa funções através de movimentos do corpo (possivelmente indicado para sedentários). Pode não ser tão eficiente quanto um mouse ou um teclado, mas será uma verdadeira aula de ginástica.
5. Que a força esteja com você
Claro que Star Wars, um fenômeno cultural da ficção científica, não poderia aparecer nessa lista apenas uma vez. Um sabre de luz quase dispensa apresentação, tamanha a popularidade da série. A arma dos Sith e dos Jedi é antológica e representa um marco dentro da saga criada por George Lucas, com seu raio luminoso e som característico.
Sabres de luz cada vez mais próximos da realidade (Fonte da imagem: Reprodução)
Star Wars tem uma legião de fãs apaixonados pelos elementos do filme, como capacetes, máquinas e armas de luta. O hacker do vídeo abaixo usou um Kinect conectado a um computador para rastrear uma vara de madeira em tempo real e cobrir ela com uma luz brilhante para ser exibida no monitor.
Podemos enxergar pelo espelho à frente que o movimento é captado em tempo real quase com perfeição. O hack ainda imita o famoso som do sabre de luz (“whoosh”) toda vez que a vara de madeira muda de direção.
6. Clap clap
Quem nunca viu um filme futurista em que os personagens batiam as mãos e as luzes acendiam ou apagavam? Até comédias já brincaram com a batida de palmas para controlar a iluminação.
Controle de luzes é prático e sustentável (Fonte da imagem: Reprodução/Youtube)
Hoje em dia, já existem sensores desse tipo à venda, que usam um microfone para captar o som das palmas e fazer a lâmpada acender. Mas com esse hack para o Kinect, as luzes do ambiente podem ser controladas, dependendo de onde a pessoa está.
A iluminação é feita em pontos específicos e de maneira automatizada. No vídeo que vemos acima, há três pontos de luz específicos na sala: a escrivaninha, o sofá e a prateleira. Quando a pessoa chega perto de um desses pontos, a luz acende e as outras apagam. Tudo é controlado pelo Kinect, claro.
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