O primeiro traje do Batman criado pelo estudante de design industrial da Universidade da Filadélfia Jackson Gordon chamou bastante atenção em feiras de cosplay. Entretanto, tratava-se de ainda de uma criação puramente estética — se parecia, mas não oferecia a notória resistência mostrada nas telas de cinema. Bem, mas para isso há o Kickstarter, certo?
Após conseguir o devido financiamento, Gordon chegou ao modelo atual, o que o faz convidar quem estiver próximo para um teste, já que a roupa é comprovadamente resistente a socos, chutes, pauladas e até facadas — embora disparos de armas de fogo estejam fora de questão.
Pesado, mas funcional
É verdade que o conjunto completo tem um peso bem considerável. Afinal, são 11 quilos de cobertura para o dorso e para os membros e mais 1 quilo apenas para o capacete. “Isso pode parecer bastante, e quando você o tem em uma sacola ou sobre os ombros ele realmente pesa muito”, disse Jackson ao referido site.
Mas a impressão deve passar assim que o aparato é distribuído pelo corpo. “(...) Quando você o está vestindo, ele se torna praticamente imperceptível”, afirma o estudante. E a opinião não vem sem fundamento.
Afinal, embora qualquer um possa levar pancada trajando a roupa desenvolvida por Jackson, a sua faixa preta em kung fu certamente o ajudou a testar os limites ergonômicos da armadura. “Caso houvesse inibição dos movimentos, então o traje seria completamente inútil”, disse ele, ressaltando que o conforto foi uma prioridade desde o início.
Bem a tempo da Katsucon
O financiamento pelo Kickstarter foi lançado em novembro do ano passado e, em menos de um mês, já havia dado o retorno pedido de US$ 1 mil (US$ 1,255 mil, na verdade). O valor angariado, entretanto, impediu Jackson de conceder qualquer coisa além de um email profundamente agradecido aos seus apoiadores (pelo menos àqueles que deram mais de US$ 100).
Entretanto, o dinheiro permitiu levar adiante o projeto de dois meses, basicamente com gastos envolvendo kevlar e moldes de silicone. Apesar do visual chamativo do traje, entretanto, Jackson garante que foi o capacete que absorveu mais fundos, sendo também a peça que implicou mais trabalho.
Basicamente, antes de criar a estrutura final, o estudante precisou forjar um modelo em plástico flexível, o qual serviu de molde para a estrutura de silicone — e esta, por fim, acabou recoberta com plástico mais resistente, dando a forma final ao elmo. A conclusão, por fim, se deu a tempo de Jackson chamar a atenção durante a feira Katsucon, realizada entre os dias 13 e 15 deste mês. Ali também foi possível colocar à prova a resistência do traje.
“Sempre gostei do ‘Faça você mesmo’”
Em entrevista ao site USA Today, o estudante afirmou que sempre se interessou por propostas do tipo “Faça você mesmo”, o que podia envolver desde sabres de luz até armas de brinquedo; a chegada ao ensino superior apenas intensificou essa característica. “Quando eu vim para esta faculdade, eu acabava ficando sentado o dia todo no meu dormitório”, disse ele ao referido veículo.
Ele continua: “Eu terminava o meu dever de casa em, digamos, uma hora, e então não tinha mais nada para fazer pelo resto do dia. Então, eu pensei: vou fazer o que sempre faço — vou começar um projeto”. Após a conclusão, entretanto, veio a ideia de dar um passo mais ambicioso, culminando no encaminhamento da ideia para arrecadação de fundos no Kickstarter.
Pesquisa e desenvolvimento na mira
Em longo prazo, Gordon afirma que pretende trabalhar com pesquisa e desenvolvimento — preferencialmente em algo que envolva “trabalhar sempre em algo novo”. Não que o traje de combate/roupa do Batman seja agora página virada.
“Uma das coisas sobre o processo do design que um professor meu diz de novo, e de novo, e de novo, e que eu aprendi durante meus próprios processos , é que o design jamais está finalizado — você simplesmente fica sem tempo ou sem dinheiro”, disse o Batman da Filadélfia, reforçando que já está de olho em novas empreitadas.
“Após terminar esse projeto na semana passada e sempre depois que concluía todo o dever da faculdade, eu sentava no meu dormitório e pensava: ‘O que eu vou fazer da minha vida?’.” O Homem de Ferro, talvez? Ok, talvez este fique melhor na pós-graduação. É esperar para ver.
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