Seguimos com a cobertura do Tudo Geek Show aqui no TecMundo, evento que ocorreu durante os dias 21, 22 e 23 de março em Curitiba.
No evento, dois palestrantes em específico falaram bastante sobre o universo de games e sobre o desenvolvimento de jogos no Brasil: Rafael Dubiela, professor e coordenador de Jogos Digitais na Universidade Positivo, e Francisco Tupy, mestre e doutorando da ECA-USP. Vamos ver aqui um apanhado geral sobre essas palestras...
Rafael Dubiela já está no mercado nacional de produção de jogos do desde a década de 90, quando iniciou a carreira como estagiário na Continuum Entertainment – você pode ver a entrevista com ele no topo do texto. A empresa foi responsável por um dos jogos de estratégia mais emblemáticos do Brasil, o Outlive, que fez sucesso em território nacional e no exterior com mais de 30 mil unidades vendidas.
O sucesso impressionante de Outlive
Outlive foi feito para rodar no Windows 95 e até hoje é lembrado por muitos gamers da época como um título de sucesso. Durante a apresentação, Dubiela comentou sobre o impacto que o sucesso de Outlive teve na equipe da Continuum Entertainment, já que o jovem time de desenvolvedores foi noticiado em diversos veículos de informação, como Revista VEJA, Folha de São Paulo, Carta Capital, Forbes e até mesmo The New York Times.
Dubiela contou um pouco sobre o processo de desenvolvimento de jogos no Brasil, especialmente quando isso era algo bastante incomum por aqui. As referências básicas do time da Continuum Entertainment eram estrangeiras, e eles procuravam em sites internacionais informações como desenvolver um título de estratégia.
O game que não foi lançado
Depois de Outlive, vários outros jogos foram produzidos pela Continuum (apesar de serem direcionados a outros públicos), como é o caso dos games sobre o Big Brother Brasil, os filmes da Xuxa e o reality show No Limite. Apesar do êxito, a empresa fechou as portas após passar dois anos desenvolvendo o título Inferno, que tinha tudo para ser um verdadeiro sucesso na época de lançamento.
Infelizmente, o publicador do jogo (dos Estados Unidos) desistiu de lançá-lo, pois optou por investir em filmes em vez de games, fazendo com que a Continuum encerrasse as suas atividades após desenvolver o que foi um dos melhores títulos da história do estúdio. Hoje, Rafael Dubiela é coordenador do curso de Jogos Digitais da Universidade Positivo, que já foi reconhecido em diversas competições internacionais.
Já na apresentação do professor Francisco Tupy, outros temas foram abordados. Tupy falou especificamente sobre a monetização dos games e como hoje eles fazem parte de um mercado importante, apesar de os jogos estarem presentes nos hábitos dos seres humanos há séculos. De acordo com Tupy, hoje a grande briga dos produtores é: onde está a atenção das pessoas?
Por isso, os jogos procuram envolver cada vez mais o público e despertar um estímulo nas pessoas. Um exemplo disso é a associação de imagens e produtos aos games, algo que é financeiramente muito interessante aos desenvolvedores. Vários títulos possuem bonecos, brinquedos, desenhos e vários outros itens que ajudam a comercializar o produto – como é o caso de Angry Birds.
Criando redes de jogos e envolvendo o público
Os social network games também conseguem fisgar a atenção do público de modo eficiente, pois conseguem envolvê-los através de recompensas, principalmente quando os amigos das redes sociais participam do game com você (quem não recebeu inúmeras solicitações de Candy Crush ou Fazenda Feliz no Facebook?).
Os jogos de sucesso são bem-sucedidos a partir das redes que criam com o público; o quão bem conseguem envolvê-lo e fazer com que dissemine a informação. Tudo o que nós fazemos possui um valor – até mesmo aquele convite para que seus amigos joguem determinado game para você obter mais pontos. De modo geral, Tupy acredita que os games estão fazendo mais parte do nosso dia a dia e que a nossa cultura atual está sendo traduzida no formato de jogo.
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