Lembra-se do IllumiRoom? Quando mostrado ao público, no começo do ano, tudo o que pudemos fazer foi ficar boquiabertos e especular como a tecnologia funcionaria.
Mas agora finalmente temos a chance de entender o aparelho por completo, graças a uma enxurrada de informações liberadas pela Microsoft – o que inclui um arquivo PDF de dez páginas e um vídeo de cinco minutos.
Como funciona
Uma das primeiras perguntas a serem feitas sobre o IllumiRoom possui uma resposta das mais simples. O aparelho seria apenas uma combinação de um Kinect com um projetor: o primeiro analisaria sua sala, o espaço e os móveis contidos nela; já o segundo simplesmente geraria as imagens levando em contas os dados obtidos pela “câmera” da Microsoft.
(Fonte da imagem: Reprodução/YouTube)
A área afetada, como você pode ver na imagem acima, é equivalente a uma parede inteira de uma sala. Ali também é possível ter uma ideia de como o IllumiRoom deve ser colocado: sobre uma mesa de centro – logo, pode esquecer as chances de conseguir usá-lo junto com um Kinect comum.
Quanto à aparência do aparelho, ainda não há nada definido. Embora o modelo 3D mostre algo que lembra um elegante dispositivo, tudo o que a Microsoft Research desenvolveu, até o momento, foi um protótipo. E este é literalmente aquilo que falei há pouco: um projetor com um Kinect; ambos “amarrados” um ao outro.
(Fonte da imagem: Reprodução/YouTube)
Criando ilusões
Está bem, finalmente sabemos como o IllumiRoom funciona. Mas como ele pode ser usado? Como você pode ver no vídeo, as possibilidades são grandes. Até o momento, 11 maneiras diferentes foram mostradas:
- Focus+Context Full: faz uma expansão completa do cenário do game para fora da TV;
- Focus+Context Edges: exibe apenas os elementos de maior contraste, como linhas de prédios, fora da TV;
- Focus+Context Selective: apenas efeitos e objetos específicos, como explosões, tiros e itens, são exibidos pelo IllumiRoom;
- Focus+Context Segmented: utiliza móveis do ambiente para esconder partes das imagens expandidas, dando a impressão de que a parede é sua TV;
- Appearance: muda as cores do ambiente, fazendo com que eles se ajustem ao “clima” de um game – em um jogo de terror, por exemplo, o projetor deixaria sua sala com tons acinzentados;
- Radial Wobble: gera um efeito de distorção que cria a ilusão de que seus móveis são deformados ao som de disparos, por exemplo;
- Grid: simula uma grade quadriculada fora da TV, que se move de acordo com o personagem na tela;
- Starfield: semelhante ao Grid, com a diferença de gerar pontos de luz que lembram um campo de estrelas;
- Snow: simula uma “chuva” de neve que acompanha o movimento do personagem, se acumulando no chão do ambiente e nos móveis do local;
- Lighting: ajusta a iluminação do ambiente de acordo com a iluminação do próprio game;
- Bounce: utiliza a física do próprio game para fazer com que objetos que caiam para fora da tela continuem seu movimento até saírem do campo do aparelho.
O mais interessante disso, no entanto, é que o IllumiRoom pode utilizar mais de um efeito ao mesmo tempo, criando combinações incríveis em um jogo. E, é claro, os desenvolvedores podem projetar seus próprios efeitos – tudo é uma questão de criatividade.
(Fonte da imagem: Reprodução/YouTube)
Para todos os games
Para tirar todo o potencial do IllumiRoom, projetar um game pensando no aparelho é essencial. Mas a Microsoft Research já deixou claro que isso não é algo completamente necessário, pois o eletrônico é capaz de adaptar seu sistema a jogos comuns através de um simples mecanismo de captura de movimentos da tela ou do controle.
Isso, todavia, permite apenas efeitos limitados, que não estendem o campo de visão na tela, como o Grid, o Radial Wobble e o Starfield. Não é a solução perfeita, mas funciona.
Pronto para filmes
Tanto no vídeo quanto no PDF, outro ponto abordado é o uso do sistema para a reprodução de vídeos. Aqui, o IllumiRoom permitiria a exibição de cenas nos modos “Focus+Context Full” e “Focus+Context Segmented”.
(Fonte da imagem: Reprodução/YouTube)
Para isso, porém, seria preciso gravar duas versões diferentes de uma mesma cena, uma filmando a exibição principal e outra, com maior angulação, capturando o fundo – o que obrigaria, por sua vez, a utilização de duas câmeras simultaneamente, como você pode ver na imagem acima.
Limitações
Embora seja um conceito impressionante, a própria empresa deixa claro que o IllumiRoom tem suas limitações. E a principal delas é a mesma fraqueza de qualquer projetor: ele é gravemente afetado pelo ambiente à sua volta. Por isso, o aparelho precisa tentar compensar as distorções dos móveis e das cores do ambiente – algo que ele nem sempre faz com perfeição.
(Fonte da imagem: Reprodução/YouTube)
Além disso, o IllumiRoom perde grande parte de sua eficiência em ambientes claros. Logo, você vai ser obrigado a jogar no escuro em boa parte do tempo.
Para a próxima geração?
Sim, é verdade: o IllumiRoom pode chegar junto do novo Xbox – ou ao menos em algum momento de sua existência. Isso porque um dos vídeos da Microsoft Research diz que o aparelho “visa um console da próxima geração”; a empresa, no entanto, se resume a dizer que ele é apenas uma “prova de conceito”.
Mesmo assim, devemos saber mais sobre isso dentro de pouco tempo, uma vez que a Microsoft prometeu trazer novas informações durante a CHI 2013.
Via BJ
Fontes
Categorias