Existem jogos que são tão fáceis que não há a menor graça em encarar as missões. Outros, por outro lado, são tão difíceis que nos fazem ficar irritados em determinadas situações. Pois é, mas, se formos generalizar, a maioria dos games traz um sistema de desafios equilibrado e diferentes níveis de dificuldade para agradar a todos os jogadores.
Todavia, alguns títulos, principalmente aqueles que incentivam a competição, abusam dos recursos de inteligência artificial para que o jogador nunca fique tão à frente dos adversários controlados pelo computador. Em alguns casos, essa “apelação”, como muitos chamam, é tão extrema que fica até chato encarar alguns desafios.
Hoje, vamos mostrar algumas situações inusitadas com as quais já sofremos — e que possivelmente já aconteceram com você. Neste artigo, você vai ver que as regras que valem para o jogador não são aplicadas ao computador. Acompanhe alguns absurdos que existem nos games e divirta-se!
Tente me bater!
Quem jogou os antigos games da série Street Fighter sabe bem como o computador é malandro. Não que a dificuldade tenha caído nos títulos mais recentes, mas existia certo problema principalmente por conta dos controles menos precisos.
Na época, a Capcom teve a ideia genial de introduzir os golpes Flash Kick e Double Flash. Lutas contra o personagem Guile eram tão difíceis que algumas pessoas o consideravam como um chefe do game. Hoje, lutar contra ele não é coisa impossível, mas Guile ainda tem excelentes combos.
O truque funcionava assim: cada vez que você tentava acertar uma voadora no soldado americano, ele revidava com um chute giratório. É interessante que um jogador dificilmente conseguiria fazer a mesma coisa, pois os comandos necessários para ativar o Flash Kick não são muito simples e exigem um tempo de espera para que o golpe seja realizado com sucesso.
Em jogos de luta é notável que o computador tem um “grande” tempo para reagir aos movimentos do jogador. Para quem está jogando, parece que a luta acontece em tempo real e não há nenhum tipo de atraso. Entretanto, milissegundos são mais do que suficientes para que o video game processe seu comando e se defenda. Em teoria, a inteligência artificial poderia ser imbatível.
Eu sei onde você está
Existem situações em que você desiste de viver por conta da alta dificuldade do jogo. É o caso do alto nível de dificuldade empregado em alguns jogos da série Call of Duty. Jogar nos modos Easy, Medium ou Hard não é coisa de outro mundo, mas enfrentar um exército que sabe todos os seus movimentos é quase impossível.
Quando você ativa o nível Veteran, você deve estar preparado para se portar como um verdadeiro soldado. Em World at War, por exemplo, a inteligência artificial não tem qualquer problema em cercar seu personagem e atirar múltiplas granadas. Os mais habilidosos podem até se gabar e dizer que é mamão com açúcar, mas é raro o jogador que consegue finalizar o game sem morrer uma porção de vezes.
Nos jogos do tipo FPS, você leva grande desvantagem. Mesmo que você tenha muita habilidade com o mouse e teclado, o computador está uma dezena de passos à frente. Não importa para onde você vá, a inteligência artificial acompanha seus movimentos e pode pegar atalhos inexistentes, afinal você não tem como monitorar as atividades dos soldados inimigos.
Claro que os jogos são programados para dar uma mínima chance de sucesso, mas a malandragem impera nesse tipo de game, justamente para provar que ninguém é imbatível. Caso a desenvolvedora quisesse impedir qualquer um de finalizar o game, seria perfeitamente possível programar a inteligência artificial para bloquear seu avanço.
Ele é veloz. Sonic, o ouriço!
Em jogos de corrida, e alguns de esportes, há um recurso chamado Rubber Band — a Nintendo até criou uma patente para obter exclusividade sobre o algoritmo de Mario Kart. Apesar de chamarmos de recurso, esse “adicional” nos games não é um elemento que vem para beneficiar o jogador. Muito pelo contrário, ele trabalha em favor da inteligência artificial.
Basicamente, a engine dos jogos trapaceia descaradamente para que o jogador nunca seja o campeão absoluto. Isso fica bem evidente nos games de corrida, pois a câmera focada no seu carro impede a monitoração dos outros pilotos, assim o game aproveita a representação em mapa para que os corredores virtuais alcancem velocidades inexistentes.
Muitas vezes, não chegamos a notar tal trapaça, mas, em alguns testes, já ficou provado que o computador não tem o menor pudor em ir contra as regras da física e da mecânica automotiva. O vídeo acima deixa claro que você nunca vai ser mais veloz que o Sonic. Verifique aos 29 segundos o grande salto de velocidade do ouriço.
Nos títulos da série Need For Speed não é diferente. Você pode até ganhar com tranquilidade, mas o computador nunca vai ficar muito para trás. No vídeo abaixo fica claro que, mesmo concedendo certa vantagem ao computador, quando você resolve correr com seriedade, a inteligência artificial não se deixa abater e chega junto no final.
Um mal necessário
Apesar de parecer um bocado injusto com o jogador, esses recursos aplicados na inteligência artificial não servem apenas para deixar o game mais difícil. A ideia principal é aprimorar o sistema de raciocínio do jogo para que os jogadores virtuais se comportem como humanos e tentem deixar a competição mais acirrada.
Na prática, é impossível que o computador não utilize parte dos comandos do jogador para alterar um mínimo do comportamento dos adversários virtuais. Apesar de muitas vezes causar certa frustração e parecer até um bocado bizarra, essa mudança de comportamento da inteligência artificial visa apenas deixar o game mais divertido.
Quem sabe, num futuro utópico, os games tragam sistemas de inteligência que trabalhem independentes e não possam prever os movimentos dos jogadores. O difícil mesmo é fazer com que a engine de um jogo consiga adquirir características como as da mente humana. Por ora, os jogadores que buscam desafios justos devem se contentar com o modo multiplayer.
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