A sétima geração de consoles está chegando ao fim. Apesar de Sony e Microsoft afirmarem que ainda não é hora de revelar seus novos video games, todos sabemos que a próxima leva de aparelhos é apenas uma questão de tempo, com anúncios que não devem demorar muito mais do que um ano para acontecer.
Mesmo que a atual era ainda não tenha acabado, já dá para elencar alguns dos principais momentos dessa geração, que foi marcada por grandes títulos, problemas homéricos e a ascensão do mercado digital e do público casual.
Hardcores, abram espaço, por favor!
(Fonte da imagem: Divulgação/Nintendo)
Tudo começou em 2006, ano em que o Nintendo Wii chegou às lojas de todo o mundo para balançar o paradigma com o qual todos enxergavam a experiência de jogar. A partir de agora, isso não se resumia mais a uma pessoa sentada em um sofá utilizando apenas os dedos. Todo o corpo passou a fazer parte da diversão e os desenvolvedores encontraram novas e inovadoras maneiras de desenvolver títulos.
A mudança chocante deu resultado e o Wii ainda mantém o título de console mais vendido desta geração, acumulando mais de 95 milhões de unidades comercializadas em todo o mundo. Enquanto isso, Sony e Microsoft continuavam a apostar todas as fichas nos jogadores hardcore, desdenhando da máquina de dinheiro da Nintendo.
(Fonte da imagem: Divulgação/Sony)
Essa situação mudaria quatro anos depois, quando as duas empresas colocariam o PlayStation Move e o Kinect no mercado quase que simultaneamente. Os sensores de movimento são voltados justamente para quem gosta de se mexer na frente da televisão e deram origem a uma grande quantidade de jogos casuais e esportivos, além de terem transformado a jogabilidade de títulos mais sérios.
Catástrofes que impediram você de jogar: 3RL, YLOD e a queda da PSN
Quem olha os bem-sucedidos consoles de hoje, com seus jogos milionários e vendas cada vez maiores, pode não pensar nos tipos de problemas que os jogadores tiveram de enfrentar no passado. Muitas vezes, aquele brilhante console novinho que você comprou com tanto suor poderia simplesmente parar de funcionar. E a culpa era da própria fabricante.
(Fonte da imagem: Reprodução/Simple 3 Red Lights Fix)
Problemas estruturais eram os responsáveis pelas temidas 3 Red Lights, as três luzes vermelhas que significavam problemas sérios no Xbox 360. Os donos de PlayStation 3 também não estavam a salvo, já que estavam sujeitos a, um dia, se depararem com a Yellow Light Of Death, a luzinha amarela que poderia significar o falecimento do aparelho.
Sony e Microsoft realizaram diversas mudanças físicas nos consoles para tentar fazer com que os problemas desaparecerem. Eles só foram embora de verdade quando a empresa lançou versões totalmente modificadas dos aparelhos. As novas versões do PlayStation 3 e Xbox 360 foram apelidadas de “slim” – uma referência ao PS2 mais fino da geração anterior – e substituíram seus irmãos mais velhos nas prateleiras de todo o mundo.
A principal falha dessa geração, porém, ocorreu online. No final de abril de 2011, a PlayStation Network foi invadida por hackers, que tiveram acesso aos dados financeiros e pessoais de uma boa parte dos clientes da rede. O resultado foi mais de um mês de serviços fora do ar, atrapalhando o calendário de lançamentos da Sony e impossibilitando usuários de todo o mundo de jogarem com seus amigos. Para piorar as coisas, Mortal Kombat e Portal 2, dois dos títulos mais importantes dessa geração, chegaram às lojas dias antes do início dos problemas.
A Sony demorou a revelar as causas para a queda da PSN e regulava as informações que divulgava oficialmente, o que acabou resultando em uma série de processos e um benéfico aumento na preocupação dos usuários com a segurança de seus dados online. Vinte e cinco dias depois de sair do ar, a rede finalmente voltou a funcionar e os gamers afetados receberam jogos gratuitos como um pedido de desculpas da empresa.
O início do fim da era física?
(Fonte da imagem: Divulgação/Valve)
No futuro, a sétima geração também deve ser lembrada como o início do movimento que tirou os games dos discos, caixinhas e prateleiras para levá-los para dentro dos HDs dos consoles e PCs. A onda dos games digitais, capitaneada pelo Steam, resultou em preços mais baixos e um aumento na comodidade dos jogadores, que agora nem precisavam mais sair de casa para adquirir seus jogos favoritos.
O surgimento de plataformas online estáveis e disponíveis para todos também deu origem a dois fenômenos. O primeiro é o lançamento de atualizações, permitindo que os desenvolvedores corrijam eventuais falhas nos games ou os aprimorem ainda mais, mesmo depois de sua chegada às lojas. Há também os DLCs, que permitem a expansão da experiência dos títulos com novas armas, roupas, capítulos, personagens e mapas.
Os custos praticamente inexistentes com distribuição e a fácil disponibilização de jogos também permitiram que, literalmente, qualquer um pudesse transformar uma boa ideia em game. Com a chegada das redes online, vimos um crescimento nunca antes registrado na produção de títulos independentes, que nascem sem vínculos com grandes distribuidoras e são obras de empresas pequenas, muitas vezes com menos de dez funcionários.
(Fonte da imagem: Reprodução/Pipoca e Nanquim)
Foi desse nicho que nasceram pequenas pérolas como Limbo, Journey, Trine e o grande campeão desse quesito, Minecraft. A criação de Markus Persson, o Notch, dá liberdade total ao jogador, que pode explorar um mundo aberto e construir obras impressionantes. O resultado foram mais 4 milhões de unidades digitais vendidas enquanto o título ainda estava em estágio Beta e o anúncio de versões para celulares e consoles de mesa.
Como nem tudo pode ser perfeito, a ascensão das redes digitais também possibilitou que as distribuidoras iniciassem um combate velado contra o mercado de jogos usados, que cresce cada vez mais nos EUA e Europa. Por meio de sistemas como os passes online, jogos de segunda mão perderam parte do seu valor, enquanto DRMs invasivos tentavam impedir o avanço da pirataria.
Todo mundo junto. Quem diria, hein?
No passado, ninguém imaginaria que um dia veríamos Sonic e Mario unidos em um game. Da mesma forma, era impossível cogitar a possibilidade de jogar online com amigos que possuíam plataformas diferentes. Esse sonho se tornou realidade em 2011, quando Portal 2 uniu o PlayStation 3 e o PC para o inédito modo cooperativo do título.
Algo semelhante foi iniciado nos Estados Unidos, em menor escala. O OnLive chegou com a promessa de acabar com a necessidade de PCs poderosos e diversos consoles na estante. Pelo sistema, basta uma conexão rápida com a internet para aproveitar os principais games do momento por meio de servidores online, que rodam o jogo para você. A novidade, apesar de ainda não ter emplacado, tem potencial para ser uma nova revolução.
A decolagem dos portáteis...Ou não.
A sétima geração também abriu espaço para os portáteis. Apesar de apresentarem experiências bem diferentes daquelas encontradas em consoles de mesa, bons jogos levaram o Nintendo DS e o PSP para frente. De cabeça, é possível citar dois grandes clássicos dessas plataformas: Patapon e Pokémon Black/White.
Também vimos a chegada de dois novos consoles, ambos uma revolução em seu próprio campo. Com o Nintendo 3DS, a casa de Mario abriu a porta para os efeitos estereoscópicos sem óculos, enquanto o PlayStation Vita trouxe as funções conectadas de um celular para o mundo dos video games. A pequena oferta de títulos, porém, fez com que ambos patinassem em seus lançamentos, transformando as revoluções em dúvidas.
(Fonte da imagem: Divulgação/Nintendo)
A “Big N” resolveu o problema com uma queda significativa no preço do aparelho, que transformou o 3DS em um sucesso. Por outro lado, a Sony ainda não tomou nenhuma atitude para fazer com que o Vita decole de vez.
Haja tempo para jogar tudo isso. Grandes franquias ou grandes eventos?
Para muitos, o ano passado foi o ápice da sétima geração de plataformas. Sem dúvida um marco para a indústria de games, já que são poucas as vezes em que tantos grandes títulos chegaram ao mesmo tempo às prateleiras. E o melhor de tudo, são games com alta qualidade, que ainda hoje enlouquecem os gamers de todo o mundo.
Caso você tenha memória fraca, aí vai uma pequena lista: Batman: Arkham City, The Elder Scrolls V: Skyrim, Gears of War 3, Uncharted 3: Drake’s Deception e The Legend of Zelda: Skyward Sword. Todos chegaram ao mercado com um pequeno intervalo entre um e outro e maltrataram os bolsos e vidas sociais de muita gente.
Os últimos meses de 2011 também serviram como palco para uma batalha feroz no campo dos jogos de tiro em primeira pessoa. De um lado, Call of Duty: Modern Warfare 3, sua Terceira Guerra Mundial e o modo multiplayer mais frenético dos últimos tempos. De outro, Battlefield 3, com gráficos de encher os olhos e jogabilidade extremamente realista. Uma batalha que não teve campeão declarado.
Já que estamos falando de grandes lançamentos, não dá para esquecer também os jogos e franquias que vieram antes e, da mesma forma que os últimos games que chegaram ao mercado, fizeram a cabeça de muita gente. São inovações na jogabilidade, novas propostas narrativas, gráficos impressionantes, personagens carismáticos e muito mais coisa que não caberia nesse artigo. Esses são só alguns nomes de peso que chegaram ao mercado na sétima geração:
E muito mais ainda está por vir. Nos próximos meses, veremos a chegada de títulos que prometem fechar a sétima geração com chave de ouro. Diablo III, Resident Evil 6, Crysis 3 e Call of Duty: Black Ops 2. São tantos nomes que fica até difícil lembrar. Por isso, perguntamos a vocês: quais foram e serão os jogos mais marcantes da atual era?
Via BJ