Finalmente aquele título que você tanto esperava chegou ao mercado. Você vai correndo até a loja – muitas vezes chegando a ficar horas esperando em fila – e finalmente consegue colocar as mãos em sua tão sonhada cópia. Em casa, coloca o disco no drive, inicia o game e uma jornada de muitas horas de diversão. Ou não, caso o PC seja sua plataforma principal.
Se você utiliza o computador para jogar, com certeza já se deparou com títulos que simplesmente não funcionavam em sua máquina. Seu equipamento está de acordo com os requisitos do game, tudo está perfeitamente atualizado, mas, ainda assim, aquele maldito jogo insiste em travar logo na abertura. Mas por quê?
Ao contrário do que um teórico da conspiração possa pensar, a razão não tem nada a ver com lobby da indústria de consoles ou com possíveis “ismos” das desenvolvedoras. As razões para isso são diversas, mas, em alguns casos, podem sim ser atribuídas às desenvolvedoras.
Em segundo plano
Restos de uma era de trevas
Enquanto nos anos 90 os PCs eram a plataforma com alguns dos principais games do mercado – normalmente títulos exclusivos e clássicos absolutos – a década seguinte representou um declínio dessa indústria, com o PlayStation chamando todas as atenções para si. A chegada do Steam, porém, trouxe de volta o antigo período de glórias e auxiliou os computadores a estarem, novamente, em pé de igualdade com os consoles.
Algumas desenvolvedoras, porém, ainda carregam um pouco dessa mentalidade antiga e renegam o PC ao segundo plano, sempre privilegiando a produção de títulos para consoles. Um exemplo é a Capcom que, normalmente, lança seus títulos primeiro para os video games, marcando uma data posterior para os ports para computador.
Muitas vezes, a conversão dos títulos acaba ficando sob a responsabilidade de outra produtora e o resultado nem sempre é satisfatório. É o caso da versão de Resident Evil 4 para PCs, considerada um dos piores ports já lançados. Desenvolvida pela Ubisoft, a edição recebeu nota 69 em análise do BJ e apresenta uma total ausência de iluminação e detalhes. O suporte ao mouse também foi, inexplicavelmente, deixado de fora.
A mesma coisa se repete em outras produtoras. A solução para isso sempre vem da comunidade de fãs, que libera patches e modificações que solucionam problemas gráficos e melhoram a performance dos títulos. É um trabalho a mais para quem quer jogar seus games de forma decente nos PCs.
Isso quando as versões não apresentam bugs motivados pela falta de cuidado na programação. É o caso, por exemplo, de The Elder Scrolls V: Skyrim. O jogo do ano também é um dos mais problemáticos de 2011, muitas vezes motivando que os aventureiros utilizem comandos de texto para que a saga continue em seu curso normal. A solução, mais uma vez, veio pelas mãos dos fãs e não por meio de uma atualização oficial.
Gráficos superiores
Mas só para quem entende
Que os jogos para PC normalmente apresentam visuais bem melhores que os para consoles todo mundo sabe. O problema é que, muitas vezes, é preciso trabalhar um pouco nas configurações para fazer com que o título funcione da melhor maneira possível na sua máquina.
Normalmente, estas configurações estão presentes de forma amigável no próprio menu do game. Modificações em resolução e nível de qualidade de texturas estão lá para serem alteradas de forma simples e clara. Até que o jogador se depare com termos como antialiasing, efeitos volumétricos e qualidade pós-processamento.
Para muitos, o processo de otimizar a configuração acaba se transformando em um jogo de tentativa e erro. O gamer altera uma opção e verifica para ver se tudo está funcionando bem. Então, volta para as opções e continua mexendo, até encontrar a melhor combinação de parâmetros.
Isso levando em conta que todas as configurações possíveis vão estar disponíveis nos menus do próprio game. Na versão de Limbo para PC, por exemplo, só é possível deixar o título com resolução 1080p por meio da edição manual de arquivos de configuração, uma tarefa para usuários bem avançados. O restante pode contar com a ajuda do Google ou se conformar com um desempenho abaixo do possível.
Falta de padrão
A grande variedade de placas e componentes pode não ser tão boa assim
Consoles, por natureza, são caixas fechadas. Todos os PlayStation 3 são iguais entre si, e o mesmo vale para o Xbox 360. Isso torna problemas de incompatibilidade quase inexistentes, uma vez que os títulos também se tornam conjuntos coesos, feitos especificamente para um tipo de hardware.
Nos PCs, a realidade é bem diferente. Existem inúmeros modelos de processadores e placas de vídeo, que podem ser unidas em infinitas combinações. Criar um game para um conjunto tão disperso assim não é tarefa das mais fáceis e normalmente resulta em travamentos ou falhas gerais.
(Fonte da imagem: Tech Mynd)
Call of Duty: Modern Warfare 3 não pode ser iniciado porque o arquivo troll.dll não foi localizado. Crysis 2 encontrou problemas e será fechado. Entre em contato com o suporte técnico de sua placa de vídeo. Problemas de incompatibilidade que, às vezes, podem ser resolvidos com uma simples modificação de nome de arquivo ou outra modificação básica.
Em outros casos, a solução é mais complicada. É preciso executar diagnósticos, baixar atualizações específicas e mexer em configurações altamente técnicas, que podem envolver desde a quantidade de núcleos do processador até a forma como a placa de vídeo lida com cada textura dos títulos.
Enquanto isso, os jogadores de consoles já estão terminando o primeiro capítulo do jogo que você tanto estava esperando...
Via BJ
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