Reuters. Por Melanie Lee - O lançamento da nova versão do tablet da Apple na China nesta sexta-feira foi discreto, sem as cenas caóticas que marcaram estreias anteriores da companhia em seu mais promissor mercado de crescimento. As filas calmas e ordenadas em Xangai e Pequim foram uma surpresa para muitos fãs chineses da marca, que costumavam virar a noite em longas filas ou comprar lugares de cambistas para adquirir os mais recentes produtos da companhia.
"Fiquei um pouco surpreso por não haver fila. Achei que a fila seria longa, e por isso vim mais cedo", disse Sun Xufei, que trabalha no setor de tecnologia e era o primeiro de uma pequena fila com cerca de 20 pessoas que aguardavam diante da loja da Apple em Lujiazui, Xangai.
O lançamento do mais recente iPad, que oferece tela mais nítida e uma câmera melhor do que as versões anteriores do tablet, surge semanas depois que a Apple pagou 60 milhões de dólares a uma companhia sediada em Shenzhen para encerrar uma disputa quanto à marca registrada iPad na China.
A Apple adotou um sistema de reservas online que permitiu que controlasse o fluxo de pessoas às suas lojas e evitasse uma repetição do tumultuado lançamento do iPhone 4S, em janeiro, quando uma de suas lojas em Pequim foi atacada com ovos.
"Meu amigo esteve aqui no ano passado e ficou o dia todo na fila. Acho que o processo atual é muito mais conveniente", disse Wang Yue, 26, que estava na fila na loja de Lujiazui.
A Apple tem duas lojas em Pequim, três em Xangai, uma em Hong Kong e uma rede de revendedores autorizados. Funcionários do governo chinês afirmaram que a companhia pretende abrir duas novas lojas em Chengdu e Shenzhen, duas grandes cidades da China.
A demanda pelos produtos da Apple é tão grande que muita gente opta por comprá-los de revendedores não autorizados, que vendem produtos contrabandeados, ou em lojas online que vendem produtos importados no mercado paralelo. Os fãs mais ávidos da Apple conseguem adquirir facilmente esses produtos, disponíveis nos shopping centers de eletrônicos de todo o país.
A China é um mercado crucial de crescimento para a Apple, e o presidente-executivo, Tim Cook, já declarou diversas vezes que a empresa mal arranhou a superfície do mercado da região. As vendas do mercado combinado chinês -China continental, Hong Kong e Taiwan - triplicaram e chegaram a 7,9 bilhões de dólares no segundo trimestre fiscal da empresa, encerrado em 31 de março.