Leve e resistente, um novo e promissor componente é também mais barato que um dos metais mais cobiçados do mundo. É que cientistas da Universidade de Ciência e Tecnologia de Pohang, na Coreia do Sul, fabricaram uma estrutura de ferro-alumínio que pode substituir as ligas de titânio usadas em aviões, navios, equipamentos pesados e em carros militares, por exemplo.
O material sintetizado faz uso das propriedades principais de cada um de seus “ingredientes”: o ferro é de fato bastante forte, mas pesado. Mas como, então, deixar o produto mais leve e ainda resistente? O alumínio, abundante e barato, não foi o único material adicionado à mistura: desta vez, os pesquisadores juntaram à liga também níquel – geralmente, o manganês é que acaba sendo mixado junto ao ferro e alumínio (essa mistura é comum em carros).
A um décimo do preço do titânio, a nova combinação pode ser usada não somente em aeronaves ou em máquinas de construção civil; até mesmo bicicletas poderiam ser fabricadas a partir do ferro-alumínio. Acontece que cristais de B2 formados por meio da adição de níquel propiciam a criação de camadas de átomos sobrepostas (como lâminas, uma em frente à outra). O resultado é uma alta resistência a forças de trabalho e a impactos – até mesmo a densidade do novo material é semelhante à do titânio.
Mas a maravilha que a ciência contemporânea foi capaz de criar pôde ser contemplada apenas em laboratório. Se depender da POSCO, uma das maiores siderúrgicas, a nova liga de ferro e alumínio deverá em breve começar a ser produzida em escala industrial – a empresa deverá realizar testes junto dos pesquisadores sul-coreanos ainda neste ano; o uso do componente para a fabricação de carros, porém, não está sendo cogitado no momento.