Um dos sites mais polêmicos da internet brasileira atualmente é uma página de relacionamentos que, ao menos aqui no Brasil, é bem fora do convencional. Trata-se do Meu Patrocínio, uma rede social em que homens ricos e desacompanhados — os sugar daddies — buscam mulheres atraentes e que estão em busca de companhia e apoio financeiro — chamadas de sugar babies.
A ideia ainda é bastante nova por aqui, mas acontece. Além disso, é uma prática bastante comum no exterior. Porém, a chegada do Meu Patrocínio deixou muita gente furiosa (ou com dúvidas) a respeito de como o relacionamento funciona e de que forma é possível usar a tecnologia para facilitar essa aproximação. Os responsáveis confirmam que a página é uma rede social de interação para que casais possam ser formados, mas é difícil convencer a todos de que isso seja realmente possível nesse contexto.
Para tirar as dúvidas mais comuns, esclarecer polêmicas e conhecer a história de (possível) sucesso do site, o TecMundo entrevistou duas pessoas. A primeira é a CEO e responsável pelo Meu Patrocínio, a empresária Jennifer Lobo. Ela nasceu e foi criada nos Estados Unidos, mas tem pais brasileiros. Também conversamos com Fernanda, uma usuária da rede social que obteve sucesso na empreitada.
Um caso de sucesso
Fernanda, sugar baby cadastrada no Meu Patrocínio
“Eu conheci o site através do Facebook, mas tenho uma amiga que mora fora e falou sobre isso, que é comum por lá. Achei interessante e resolvi entrar para testar. Conversei com alguns homens, me encontrei com um deles, a gente saiu algumas vezes, foi muito legal e ele me pediu em namoro”.
“Tenho algumas amigas cadastradas. Óbvio que algumas pessoas não entendem, têm a mente meio fechada para essas coisas, mas as minhas amigas solteiras entendem. Já tive outros relacionamentos em outros sites e não foram boas experiências. O nível social não era muito bom e acaba limitando você em algumas coisas, não pode levar em um restaurante ou em uma viagem. Mas não é só isso [lado financeiro] que conta, vai de afinidade, interesse na pessoa, como ela é. Não é só porque ela tem dinheiro”.
“Pela internet, você não vai [conhecer pessoalmente] sem saber o que vai encontrar, se os ideais batem. O encontro fica mais fácil. As pessoas vão colocar a foto real porque uma hora vai acabar encontrando mesmo. Se forem diferentes no site e no WhatsApp, por exemplo, eu já fico desconfiada”.
"É um ser humano do outro lado. Indico o serviço, eles levam bastante a sério. Lá tem muitos homens mais velhos, já com experiência, que são decididos no que querem e isso faz diferença. Não sabia que ia ser rápido assim. Para mim foi uma experiência muito boa e pode ser para outras pessoas também!
Jennifer Lobo, CEO
TecMundo: De onde veio a ideia para criar o site?
Jennifer Lobo: Trabalhei por cinco anos em Nova York e tive contato com uma empresa que estava fazendo uma matéria sobre esse conceito do sugar daddy, ele é bem forte nos Estados Unidos e estava crescendo também em outros países, como o Canadá. Três anos atrás eu vim para o Brasil e notei que o país tem muito online dating (sites de relacionamentos pela internet), mas nada direcionado para essa proposta. Esperei um pouco, vi ano passado que era o momento certo e investi na ideia.
Jennifer encontrou o mercado no Brasil e espera que o país abrace a oportunidade.
Em que a internet é melhor que o presencial nesse contato?
Você consegue entender o que a pessoa está buscando, é tudo transparente. Temos aqui até um estudo que fala que muitos casais que se separam são por causa das finanças. É melhor esclarecer as perspectivas logo no começo em vez de se ter vergonha de discutir sobre dinheiro depois. E só porque o casal quer discutir finanças ou só porque o homem é bem-sucedido não significa que você, como mulher, não tenha as suas próprias ambições e queira fazer as próprias coisas.
Como tem sido a aceitação após a divulgação na imprensa?
Os cadastros aumentaram bastante desde novembro. Agora são quase 17 mil membros e queremos crescer muito mais. As pessoas estão interessadas, interagindo bastante. Mandamos recentemente um email pedindo o feedback de todos e foram todos muitas respostas positivas, quisemos entender melhor o público para saber como melhorar.
Pode parecer algo fora da realidade de muitos homens, por exemplo, que não tem condições financeiras...
Sim, nós queremos que todo mundo tenha sucesso no relacionamento.
Tem quem compare até com um serviço de acompanhantes...
São coisas completamente diferentes. Todo mundo tem uma opinião, mas nós estamos aqui para mostrar as diferenças. Nós temos um filtro para selecionar quem se cadastra. Então, se ficar claro que a proposta da pessoa é só essa, nós já barramos no começo.
Existe um perfil-padrão de quem procura o site como sugar daddy?
Basicamente, é o mesmo perfil de fora, homens bem-sucedidos.
Vocês já encontraram alguma fraude, do tipo alguém que não consiga bancar uma mulher tentando se passar por um sugar daddy?
Se tiver mensagens nesse teor a pessoa também pode ser surpreendida com um bloqueio nosso. Podemos fazer uma busca no Google para saber se a pessoa procede e os próprios usuários podem denunciar. Existe uma checagem.
Quais são os planos do futuro?
Nós vamos ter o cadastro da sugar mommy, que é a mulher bem-sucedida a procura de homens. Quisemos lançar isso desde o começo, mas achamos melhor fazer só o sugar daddy para introduzir o conceito primeiro. Depois queremos também fazer um app.
Então vai ser possível o cadastro inverso, com os homens procurando mulheres bem-sucedidas?
Sim, sempre quisemos fazer, mas o rótulo é meio novo no Brasil e primeiro selecionamos os sugar daddies. Isso existe desde o começo da História, mas ainda é tabu.
Bom, deixe um recado para o público!
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