Basta passar um tempo no Google procurando por informações a respeito de filmes, séries de TV e outras produções para se deparar com links banidos da busca. No lugar deles, sobra apenas um aviso de que a URL foi removida por conta de publicação de conteúdo pirateado. Essas requisições são feitas diariamente por estúdios detentores dos direitos do material original à gigante da internet. A caçada do setor é tão implacável, que a Google tem recebido pedidos para eliminar links para arquivos armazenados até nos PCs das próprias empresas.
O irônico é que não estamos falando de companhias de fundo de quintal, mas de verdadeiros conglomerados do segmento de entretenimento, com funcionários especializados em achar sites suspeitos de atividades ilegais e exigir que o acesso a eles seja bloqueado. O processo de fazer a triagem de toneladas de materiais e links manualmente não parece ser a atividade mais divertida do mundo, mas o fato de os responsáveis pelo trabalho darem uma escorregada na hora de oficializar seus pedidos permite que pelo menos a gente possa se divertir, não é?
Os flagras foram feitos pelo pessoal do The Next Web, que utilizaram o site Chilling Effects – uma base de dados online para ações legais relacionadas a copyright – para verificar quem acusou o endereço “http://127.0.0.1” como alvo de bloqueio no sistema de pesquisa da Google. A graça da situação vem do fato de que esse IP específico é o atalho para o localhost, endereço de rede local de qualquer computador. Confira abaixo alguns dos estúdios e escritórios que tentaram “dedar” a si mesmos nos últimos tempos:
Universal Pictures
A divisão francesa da empresa pediu que a Google detonasse diversos links relacionados a um de seus blockbusters mais recentes nos cinemas, “Jurassic World”, indicando um de seus PCs na extensa lista. Dá para dizer que os velociraptores do longa-metragem provavelmente não dariam esse vacilo.
NBC Universal
Combatendo os pirateiros de “47 Ronin”, filme estrelado por Keanu Reeves, o estúdio forneceu uma longa seleção de endereços suspeitos. Entre eles, claro, nada menos que 15 IPs locais, mostrando que o responsável pelo pedido deu um cochilo na hora de enviar os dados.
Workman Publishing
A editora independente norte-americana não quis saber de perder tempo quando descobriu que o audiobook de “As Aventuras de Pi” estava circulando ilegalmente pela web. O resultado? Exatamente 108 links apontando para o próprio umbigo – sem indicar, de fato, nenhuma URL externa.
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Apesar de serem engraçados, o mais provável é que esses e centenas de outros casos semelhantes não se tratem de “burrice” dos profissionais do setor, mas sim que, provavelmente, as empresas podem estar se apoiando em automatizações na coleta de endereços suspeitos – ou utilizando o bom e velho esquema de “Copiar/Colar”, sem nem conferir o conteúdo da listagem.
Os estúdios de Hollywood deveriam fechar seus clientes de torrent antes de exigir a remoção de links piratas? Dê sua opinião no Fórum do TecMundo!
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