Um artigo publicado por pesquisadores das universidades Stanford e Cornell pode ajudar a tornar os grupos de discussão da internet um lugar melhor para se frequentar. Eles desenvolveram um algoritmo que consegue detectar "trolls" de internet, que são usuários com comportamentos antissociais (para se dizer o mínimo).
A pesquisa se debruçou por 18 meses sobre um grupo de usuários banidos em três comunidades de sites populares: a CNN (notícias gerais), a Breitbart (política) e o IGN (jogos e cultura pop). Enfim, assuntos em que os trolls costumam aparecer.
O estudo, que foi parcialmente financiado pela Google e teve cooperação do ecossistema de comentários Disqus, comparou os trolls (ou "futuros usuários banidos", na terminologia do artigo) com comentaristas "normais" ("usuários nunca banidos").
Não alimente os trolls
Ao analisar mais de 10 mil usuários banidos, a pesquisa encontrou algumas particularidades do grupo. Primeiro, eles tendem a ter textos gramaticalmente ruins e com menor clareza do que a média e ficam piores conforme ficam perto de serem banidos. Além disso, eles preferem concentrar seus posts em poucos tópicos, já que trolls se caracterizam por tentar alongar "polêmicas" o quanto puderem.
No CNN, os usuários antissociais tendiam a criar os tópicos para iniciar os "flames" (interações hostis e insultantes), enquanto que no Breitbart e no IGN eles entravam em tópicos já existentes. O fato alarmante é que censurar não tem efeito, já que isso só faz estimular o comportamento antissocial (até mesmo de usuários que inicialmente não são trolls).
O algoritmo criado pelos pesquisadores consegue identificar trolls em até 10 mensagens, mas tem índice de acerto de 80%, ou seja, a cada cinco usuários considerados danosos, um é classificado erroneamente. "Embora apresentemos mecanismo eficiente para identificar e potencialmente erradicar usuários antissociais da comunidade, tomar atitudes extremas contra pequenas infrações pode exacerbar comportamentos hostis e insultantes", conclui o estudo.
Pode parecer óbvio, mas a conclusão é baseada em dados e análise, exatamente o que uma pesquisa séria faz.
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