Todo mundo sabe – ou ao menos imagina – que os órgãos governamentais dos Estados Unidos não utilizam a mesma banda larga que nós, reles mortais, utilizamos em nosso dia-a-dia para tarefas banais. O que você provavelmente não faz ideia é de quão poderosa é essa “internet alternativa” que alimenta os computadores do Departamento de Energia dos EUA (DOE): batizada como ESnet, essa rede sombria existe desde 1986 e atualmente consegue trabalhar a inacreditáveis 100 Gbps.
Primeiramente, vamos deixar algo bem claro aqui: é extremamente normal que agências governamentais e até mesmo empresas de grande porte construam suas próprias redes privadas e exclusivas para trabalhos internos. De fato, a internet como conhecemos hoje surgiu a partir da ARPAnet, que foi criada pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA) dos Estados Unidos para fins militares. Outros exemplos de redes privadas incluem a JANET (Reino Unido) e GÉANT (de uso aberto para vários países europeus).
A ESnet, sendo uma das redes mais potentes que existe, possui links nas principais cidades ao redor dos Estados Unidos (como Chicago, Denver, El Paso, Atlanta, Nova York e Washington D.C.). Agora, o governo estadunidense pretende expandi-la para o continente europeu, criando links em Londres, Amsterdã e Genebra.
A expectativa é que essa expansão agilize a troca de informações entre instituições fisicamente localizadas nos Estados Unidos e instalações computacionais de grande importância montadas na Europa (como o Grande Colisor de Hádrons do CERN). E se você acha que 100 Gbps é muita velocidade, prepare-se para cair da cadeira: os EUA esperam que a conexão entre os continentes atinja absurdos 340 gigabits por segundo, já que tais instalações computacionais europeias produzem vários petabytes de informações por ano.
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