Não é segredo para ninguém que o Brasil está no centro dos holofotes em função da Copa do Mundo. Mas não dá para saber se a relevância do país é tamanha para que ele possa sediar uma reunião a ocorrer nesta semana, em que nações de todas as partes do mundo vão se reunir para discutir a influência dos EUA sobre a internet, em particular sobre a ICANN (sigla em inglês para Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números), núcleo logístico da Web.
Para quem não sabe, um breve refresco: o controle da ICANN – corpo que coordena o sistema global de domínios da internet – já entrou na lista de descartes do Departamento do Comércio dos EUA, que já concordou em abrir mão desse controle. A reunião a ser realizada aqui no Brasil, durante a NetMundial, discutirá o que deve acontecer em seguida, pois ainda não há um acordo sobre uma direção a ser tomada.
Alguns magnatas e figuras políticas dos EUA e da União Europeia acham que os EUA deveriam continuar com o poder da ICANN, ao passo que outros países consideram que a ONU deveria assumir o bastão da internet. Outra possível saída seria um “meio-termo”, isto é, uma abordagem com várias partes interessadas, em que a iniciativa privada e representantes dos governos poderiam opinar e participar.
A NetMundial começa nesta quarta-feira, dia 23 de abril, em São Paulo. A presidenta Dilma Rousseff fará a abertura do encontro, em que lideranças mundiais vão debater o futuro da internet – o que, neste caso, se resume a quem será responsável pela ICANN, isto é, por uma fatia crucial da internet. A reunião será oportuna também para mostrar ao mundo o Marco Civil da Internet, projeto recém-aprovado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado e que agora segue para votação em plenário.
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