PARIS, 12 março 2014 (AFP) – Estados Unidos e Grã-Bretanha estão entre os “inimigos da internet”, apontados nesta quarta-feira em um relatório anual da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF). Publicado por ocasião do Dia Internacional contra a Censura, o informe acusa 31 instituições de serem “inimigas da internet”.
Algumas delas pertencem a democracias tradicionalmente consideradas como respeitosas das liberdades individuais. A RSF incluiu em sua lista negra a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) americana e seu correspondente britânico, o Government Communications Headquarters (GCHQ).
A NSA e o GCHQ, afirma, “espionaram as comunicações de milhões de cidadãos, incluindo vários jornalistas, introduziram deliberadamente falhas de segurança em estruturas destinadas a fazer buscas na internet e piratearam o coração da própria rede no âmbito dos programas Quantum Insert para a NSA, e do Tempora, para o GCHQ”.
“A internet era um bem comum. A NSA e o GCHQ transformaram-na em arma a serviço dos interesses particulares, atentando, no caminho, contra a liberdade de informação, a liberdade de expressão e o direito à vida privada”, denunciou a ONG.
“As práticas de vigilância desses três países, algumas das quais foram reveladas pelo ‘lançador’ de alerta Edward Snowden, são ainda mais intoleráveis porque são utilizadas por países autoritários, como Irã, China, Turcomenistão, Arábia Saudita, ou o Bahrein, para justificar seus próprios atentados contra a liberdade de informação”.
A RSF também critica empresas privadas, cujos produtos especializados na interceptação de comunicações ou no bloqueio de conteúdo são usados por certos governos. O documento destaca governos de vários países por práticas contrárias à liberdade de informação na internet, como a Venezuela.
Via EmResumo
Categorias