Enquanto os apoiadores dos principais candidatos à Presidência da República nas eleições deste ano discutiam no Twitter sobre o impacto da participação do presidente Jair Bolsonaro no Jornal Nacional na noite de segunda-feira (22), quem “bombou” mesmo na rede social foi o jornalista e humorista Bruno Sartori, com uma versão deepfake da entrevista.
No vídeo, uma interpretação delirante com imagens e áudio criados digitalmente, o influenciador mineiro cria um suposto diálogo entre o chefe do Executivo brasileiro e o apresentador William Bonner. Já na abertura, o respeitado âncora explica que se trata de uma edição do Jornal Nacional “como deveria ter acontecido”.
O próprio Sartori escreve no início da publicação: “em minha cabeça aconteceu assim”. O tweet já teve mais de 1,2 milhão de visualizações com 75,1 mil curtidas.
Em minha cabeça aconteceu assim pic.twitter.com/TCnP9VzEKR
— Bruno Sartori (@brunnosarttori) August 23, 2022
Deepfake e política
Técnica que usa recursos de inteligência artificial (IA) para substituir rostos em vídeos e imagens para reproduzir quase fielmente a realidade, a deepfake era utilizada apenas no cinema e TV, mas acabou se popularizando e já é disponibilizada livremente através de vários apps. O receio de que a tecnologia sirva para enganar pessoas tem sido o principal alerta do jornalista Bruno Sartori, que cria e divulga situações propositalmente absurdas.
No entanto, a apreensão do jornalista parece fazer sentido. Em agosto passado, no início da campanha eleitoral, foi divulgada como se fosse real uma montagem na qual a apresentadora Renata Vasconcellos, do Jornal Nacional, anunciava uma pesquisa na qual o atual Presidente da República aparecia à frente de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A notícia falsa era uma alteração de uma edição do dia 15 de agosto, na qual a jornalista mostrava o resultado de uma pesquisa do Ipec. O resultado real era exatamente o oposto: Lula aparecia em primeiro, com 44% das intenções de voto, e Bolsonaro em segundo, com 32%. Em vez de divertir, a manipulação visava enganar os eleitores.
Fontes