O Spotify realizou, na quarta-feira (8), o seu Dia do Investidor, o segundo desde que a empresa abriu seu capital em 2018. Durante o evento, o CEO Daniel Ek fez um discurso que soou como música: o autodenominado “principal player de áudio do mundo” quer atingir uma receita anual de US$ 100 bilhões (R$ 490 bilhões) nos próximos dez anos.
Lançar metas ambiciosas, principalmente dentro de uma conjuntura adversa como a atual, pode parecer problemático, mas o executivo sueco garante que perseguirá seus objetivos, “porque é assim que vemos o mundo e vamos investir por trás disso”. Para atingi-los, o Spotify terá que multiplicar sua receita de 2021 (US$ 11,4 bilhões) por dez.
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Adicionalmente, Ek também promete uma elevação das margens brutas para 40% e da margem operacional para 20%.
Como está o Spotify atualmente?
Fonte: Spotify/Divulgação.Fonte: Spotify
Com uma queda de 53% do seu valor de mercado desde janeiro, as perdas da plataforma sueca são mais que o dobro da queda anual do setor de serviços de comunicação no S&P 500. No entanto, Ek explica que um dos motivos para o não atingimento dos objetivos de longo prazo foram os pesados investimentos feitos pela companhia para construir seus serviços de podcast e audiolivros.
De acordo com a diretora de conteúdo do Spotify, Dawn Ostroff, os investimentos em podcasting foram superiores a US$ 1 bilhão, mas o nicho será capaz de de gerar US$ 20 bilhões no longo prazo. Além de música, podcasts e audiolivros, o Spotify planeja novos conteúdos para os próximos dez anos, diz o gerente de engenharia Alexander Nordstrom.
Para o executivo, o número de usuários da plataforma deve chegar a 1 bilhão até 2030 e, pelo menos nesse quesito, o serviço está caminhando: no primeiro trimestre de 2022, a plataforma chegou a 422 milhões de usuários e assinantes pagantes. Após as apresentações, as ações do Spotify subiram 6,5%.