Um homem que arrecadou mais de US$ 23 milhões por meio de um golpe aplicado contra o YouTube se declarou culpado durante julgamento nos Estados Unidos.
Segundo o site TorrentFreak, Webster Batista Fernandez foi acusado de fraude por meios eletrônicos, lavagem de dinheiro e agravante por roubo de identidade. A confissão junto com o reconhecimento de culpa fazem parte de um acordo que pode amenizar a pena, mas ele ainda deve ser obrigado a pagar uma pesada indenização e pegar no máximo 25 anos de prisão (com possibilidade de liberdade condicional depois de cinco anos).
O acusado teve terrenos no estado do Arizona, dois carros (incluindo um modelo da Tesla) e um total de US$ 1 milhão diluído em várias contas bancárias apreendidos.
Entenda o golpe
Ao lado de outro réu, Jose Teran, Webster teria lucrado por cima do Content ID, o mecanismo do YouTube que identifica os verdadeiros detentores de direitos autorais de uma música ou obra digital protegida, porém postada ou utilizada por outro usuário no serviço de vídeos. A partir dessa busca e comparação, os artistas ou uma gravadora podem receber parte da monetização baseada na visualização desses conteúdos.
O esquema começou em 2016, quando um grupo formado por Webster e Teran notou que várias músicas que eram um sucesso no YouTube ainda não tinham os direitos autorais ligados a um representante oficial. No ano seguinte, eles criaram uma empresa chamada MediaMuv, que passou a tomar para si os créditos dessas canções via Content ID.
Documentos falsos foram criados para "provar" para o YouTube que a companhia era de fato representante dos artistas, a maioria de origem latina, e um arquivo supostamente com a gravação original era publicado para ser a prova — nada mais que um MP3 baixado do próprio site e convertido pelos responsáveis.
Desse modo e utilizando uma ferramenta interna que vasculhava outras músicas ainda sem o registro de copyright, eles conseguiram os US$ 23 milhões por meio do Content ID, até que o esquema foi desmascarado.
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